terça-feira, 24 de abril de 2012

Laudo certificado garante segurança e evita fraudes em exames

Veus Technology planeja lançamento de solução que autentica laudos de exames. Empresa ambiciona ser a maior certificadora digital em Saúde do Brasil 
 

 "Levaremos autenticidade e segurança para os laudos, o que 
evitará a violação dos documentos", diz diretor da Veus Technology,
 Marcelo Botelho "Levaremos autenticidade e segurança para os laudos, o que evitará a violação dos documentos", diz diretor da Veus Technology, Marcelo Botelho

Depois da certificação de atestados médicos, idealizada em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), a Veus Technology prepara o lançamento do Laudo Certificado para o dia 1° de maio. Levar autenticidade aos resultados de exames diagnósticos é o que oferta a companhia, que pretende atingir cinco mil laboratórios em três anos, em um mercado que, atualmente, é composto por 19.294 unidades de serviços diagnósticos, com estimativa de cerca de 10 mil empresas, segundo a Formato Clínico

Por meio do website laudocertificado.com.br, os laboratórios poderão fazer o registro e comprar os certificados para emitir os laudos, que serão criptografados e “blindados”.

“Levaremos autenticidade e segurança para os laudos, o que evitará a violação dos documentos. O laboratório compra o certificado e a quantidade de créditos desejada, e vai abatendo dos laudos que forem dados”, explica o diretor da Veus Technology, Marcelo Botelho.

Em conformidade com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para a compra, é preciso informar o CPF do responsável técnico do laboratório, que constará no documento laudado.
Os preços variam de acordo com o volume e tipo de serviço para o laudo. Os laboratórios podem optar, por exemplo, por um alerta SMS que informará que o laudo está pronto. Entretanto, a média é de 0,20 centavos por laudo.

Segundo o executivo, atualmente, os laboratórios acessam a internet e imprimem uma cópia do laudo, sem nenhum controle de segurança. A Veus Technology usa o certificado da Certisign, empresa especializada em Certificação Digital no Brasil, para produzir os documentos com segurança e disponibilizá-los para instituições de saúde.

Ambição 

Ser a maior certificadora do setor de Saúde no País é a meta da empresa brasileira que, após ter concretizado os projetos de atestado médico digital e laudo digital, já planeja estender tais documentos certificados aos hospitais e clínicas. “Trabalhamos para fornecer a solução para os mais variados tipos de documentos médicos como, por exemplo, guias de internação, entre muitos outros”, conta Botelho.

Para alcançar os cinco mil laboratórios nos primeiros três anos, a Veus Technology planeja buscar parcerias com instituições do segmento como a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial (SBPC) e Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (Sbac). Por Verena Souza.

Paralisação dos médicos no dia 25 de Abril.



Os usuários de planos de saúde devem ficar atentos ao calendário. Os médicos decidiram fazer uma paralisação de advertência no próximo dia 25 pela implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Honorários Médicos (CBHPM). O protesto é nacional, mas cada estado define a forma de mobilização. Em Pernambuco serão suspensos os atendimentos eletivos de todas as especialidades médicas das operadoras que não reajustaram os honorários. Inclui os consultórios, clínicas médicas, laboratórios, clínicas de imagem e Raio X. Ficam mantidos os atendimentos nas emergências, os serviços de quimioterapia, hemodiálise e hemoterapia.

 
Sr. Mário Fernando Lins.
Presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos









Os médicos reivindicam o pagamento dos honorários pela CBHPM plena de 2010. Pelo valor da tabela a consulta médica custa R$ 60 e deverá chegar ao valor de R$ 80 no final do ano. Segundo Mário Lins, presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos, a maioria das empresas pratica a tabela própria e paga entre R$ 42 e R$ 48 por consulta com a volta de 30 dias. “Faremos uma paralisação seletiva só com os planos de saúde que não adotarem a atualização da CBHPM”, pontua. Os médicos serão orientados a remarcar as consultas do dia 25 de abril.

De acordo com Lins, as empresas de autogetão (Unidas/Gremes) já pagam a CBHPM aos médicos credenciados. As operadoras de medicina de grupo e as seguradoras não adotam a tabela atualizada. Ele acrescenta que até o momento uma empresa de medicina de grupo (Viva Sáude) encaminhou proposta de implantação da CBHPM com redutor retroativa a 1º de abril. Os médicos vão analisar a proposta na assembléia da próxima quinta-feira. Eles vão anunciar também a lista dos planos de saúde que serão alvo da paralisação.

As empresas de medicina de grupo concentram 45% do total de 1,6 milhão de usuários cobertos pela saúde suplementar em Pernambuco. Os demais estão distribuidos entre as empresas de autogestão, cooperativas médicas e seguradoras. Flávio Wanderley, presidente regional da Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo (Abramge), argumenta que existem operadoras de grande, médio e pequeno portes e nem todas podem pagar a CBHPM.

Ele propõe que a discussão sobre reajuste de honorários dos médicos seja levada para o Fórum Estadual de Saúde Suplementar, instância que reúne todos os segmentos do setor. “Estamos abertos para negociar no Fórum, mas não através da imposição à força de um valor.” Segundo Wanderley, as operadoras de medicina de grupo não fecharam uma proposta de reajuste para apresentar aos médicos credenciados.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que, independente da paralisação dos médicos, as operadoras devem garantir as coberturas aos seus usuários.

Fonte: Pernambuco.com

terça-feira, 17 de abril de 2012

Igreja Universal vai lançar plano de saúde


Segundo informações de fontes próximas, bispo Edir Macedo também está construindo um hospital, em São Paulo, para ser o principal atrativo do novo negócio.


A Igreja Universal do Reino de Deus está construindo um hospital no antigo prédio da Rede Mulher, que funcionava no bairro de Moema, zona Sul da capital paulista. De acordo com a revista Exame, da Editora Abril, a denominação fundada há 30 anos por Edir Macedo pretende lançar uma nova empresa de plano de saúde.

Ainda sem nome divulgado a empresa terá como associados os próprios membros da IURD, e os cultos da igreja, que tem mais de 15 milhões de fiéis, serão o principal veículo de divulgação do plano.
O hospital está sendo construindo próximo ao aeroporto de Congonhas e a mando do líder da Igreja Universal será equipado com os mais novos aparelhos que há no mercado, esse diferencial será o principal atrativo do novo plano de saúde.

A IURD já lançou para seus fiéis uma marca de bebidas, de alimentos e uma rede de varejo, sendo pioneira mais uma vez ela vai entrar nesse concorrido mercado de saúde onde dezenas de empresas tentam atrair o público insatisfeito com a saúde pública. Por Saúde Web.

Congresso Nacional de Administração Hospitalar.


CIO do Albert Einstein aponta tecnologias que têm chamado sua atenção


Para Ricardo Santoro, problemas de fornecedores de TI em manter as pessoas mais estratégicas na organização é um desafio para os projetos.


A área de saúde está no foco de muitos fabricantes e fornecedores de TI para os próximos anos, com grandes integradores trabalhando focados no desenvolvimento de soluções completas para o segmento.

Ricardo Santoro é o CIO do hospital Albert Einstein e, mesmo sem poder divulgar valores e investimentos na área de TI da instituição, aponta algumas tecnologias que têm chamado sua atenção para este ano.

Fala, Chefe!: Qual o principal projeto tecnológico de vocês em 2012? Qual foi o maior no ano passado?

Ricardo Santoro:
Em 2011, o principal projeto foi a construção de um novo data center e a migração da infraestrutura de TI dos dois data centers antigos para o novo. Em 2012, o principal projeto é a atualização tecnológica de nosso sistema de gestão hospitalar, que inclui prontuário eletrônico e laboratório de análises clínicas.

Quais tecnologias têm despertado maior interesse nestes últimos tempos e quais pretende colocar para rodar na companhia?

Santoro:
São as tecnologias de RFID, automação de processos (BPM, workflow) e business intelligence (data warehouse, CRM).

Quais as principais dificuldades no relacionamento com as empresas fornecedores de TI e como você avalia o atendimento do canal?

Santoro: Como em qualquer processo cliente/fornecedor, encontramos empresas que prestam bons serviços e outras que deixam a desejar. Obviamente, o relacionamento entre estas empresas acaba concentrando a demanda de serviços nas companhias que apresentam melhor qualidade, cumprem prazos de entrega e são mais flexíveis e ágeis na discussão de escopo.
Atualmente, a maior dificuldade no relacionamento com as empresas que prestam serviço de TI é relacionada à manutenção da mão de obra qualificada e na gestão do custo do serviço. Como a demanda por profissionais de TI está muito forte, é muito comum as empresas perderem pessoas-chave durante os projetos, muitas vezes isto afeta a entrega, aumenta os custos e a discussão acaba sendo desgastante para os dois lados. Porém, acredito que temos um grupo de parceiros de negócio fortes que nos ajudam a implementar o road map planejado de TI.

O que é mais importante no relacionamento com fornecedores de TI?

Santoro:
O mais importante é ter um fornecedor que cumpre com seus compromissos. Muitos deles se apresentam como detentores de metodologias, conhecimento técnico e uma vasta referência de clientes, porém, quando começamos um projeto é que realmente conhecemos um fornecedor.
Na prática, o uso de metodologias e experiência acumulada ajuda, mas é o comprometimento dos profissionais que faz a diferença e acaba sendo a chave do sucesso de um projeto. As empresas que têm sucesso nas políticas de retenção de seus talentos acabam normalmente prevalecendo sobre as outras.

Quais os principais desafios da área de TI do Einstein?

Santoro: Os principais desafios são implementar o road map de projetos mantendo a estabilidade dos sistemas de TI, e reter as pessoas mais estratégicas da organização.

Por CRN Brasil.

terça-feira, 10 de abril de 2012

TI da Rede D’Or trabalha para facilitar incorporações

Grupo espera, até 2015, chegar a um faturamento de R$ 3,9 bilhões, com 4,5 mil leitos, quase o dobro da quantidade atual. Área de tecnologia elaborou roteiro de questões para o crescimento


 Como se diz em tecnologia da informação, o mundo ideal é a solução plug and play, ou seja, plugou está funcionando. É com isso na cabeça que a TI da Rede D’Or tem trabalhado nos últimos anos e os resultados, até então, parecem ser bastante positivos. Com foco em crescimento, o grupo espera, até 2015, chegar a um faturamento de R$ 3,9 bilhões e administrando 4,5 mil leitos, quase o dobro da quantidade atual. A área de tecnologia, para acompanhar a evolução da corporação, entendeu quais eram os desafios e elaborou um roteiro de questões que precisavam ser resolvidas.

Com 21 hospitais espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, muitos deles agregados a partir de aquisições, como o São Luiz, na capital paulista, a TI tinha, entre os desafios, integrar diferentes processos e modelos de negócio dentro de uma administração única. “A iniciativa da TI era ajustar processos ao modelo de negócio da Rede D’Or”, comentou Fábio Costa, gerente corporativo de TI do grupo, ao falar durante o Cisco Plus, no Rio de Janeiro. E os problemas começavam aí, até porque, nem todas as instituições adquiridas tinham a mesma política de investir em tecnologia que a Rede D’Or.

Além disso, a TI precisava trabalhar na consolidação e padronização das informações. O São Luiz, por exemplo, como frisou Costa, mantinha 800 leitos gerenciados a partir de um sistema desenvolvido internamente. Como decisão de negócio, o grupo optou por referendar três ERPs de mercado: Tasy, WPD e o da MV Sistemas, sendo que, este último, deixará de ser usado em breve.

Outro ponto essencial na estratégia do departamento era, após a padronização dos dados, produzir informações gerenciais, algo extremamente complexo quando se tem a presença de diversos sistemas. Um ponto que ajuda em todo esse trabalho, na visão do gerente, é o fato de o setor de processos estar dentro da área de TI.

Com alguns dos principais desafios superados, especialmente o de produzir informações gerencias para a alta direção consultar a partir de aplicações como business intelligence (BI), a TI trabalhou, também, para ter uma rede de comunicação entre as unidades bastante robusta de forma que grande parte do suporte pudesse ser remota, dispensando a necessidade de gente em todos os hospitais e unidades laboratoriais.

“Não queremos e não podemos ter trabalho sobre algo que não funciona, link que cai, a TI precisa olhar o negócio para entregar o melhor resultado. Nossa infraestrutura é própria, mas usamos muito parceiro. A unidade precisa ser independente, ela que produz receita, a holding só cria regras”, esclareceu.

Hoje as compras de TI estão centralizadas e, por ser um projeto exitoso em tecnologia, existe um esforço interno para que o almoxarifado médico do grupo siga pelo mesmo caminho. “Com facilitação de logística, o projeto é deixar as áreas remotas cada vez menores. Isso só é possível com criação da holding, assim podemos fazer transferência de medicamento para as unidades.”

Além da camada de integração de dados produzida para informações gerenciais, a área trabalha, agora, na elaboração de algo similar para os dados da área médica, dentro de um projeto chamado Paciente Único, unificando os prontuários para consulta a partir de qualquer unidade da Rede D’Or, mas o detalhes não foram revelados. Por Vitor Cavalcanti para o Saúde Web.

*O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Cisco

quarta-feira, 4 de abril de 2012

4 tendências do futuro da TI nos hospitais

Conceito como Interconectividade, E-paciente, prosumidor, entre outros, impactarão o setor. Especialista enumera também possíveis obstáculos para que a TI em saúde se firme no País.


"De longe, entre as tecnologias mais transformadoras e influentes da última década têm sido aquelas relacionadas à interconectividade", diz pesquisador de informática em saúde Renato M.E. Sabbatini.

A velocidade alucinante em que se sucedem as inovações tecnológicas neste início de década tem atingido níveis tais, que os responsáveis por suas aplicações nos hospitais e outras instituições do sistema de atenção à saúde enfrentam cada vez mais múltiplos dilemas.

Tradicionalmente, a taxa de adoção de tecnologias de informação por essas instituições tem sido lenta, bem abaixo de outros setores da sociedade. Até mesmo algo que já teria que ser obrigatório, como a informatização total dos dados clínicos, o prontuário eletrônico do paciente (PEP), é extremamente raro nos hospitais brasileiros. Numa época em que todo o setor financeiro estava se informatizando integralmente, a maioria dos hospitais sequer usava computadores para automações simples, como folha de pagamento e faturamento. Mesmo o impacto da informatização maciça e acelerada dos consumidores, como o uso generalizado de celulares capazes de navegar na Internet, e agora, os tabletes, mal tem sido considerada pelos CIOs do setor saúde, embora as transformações sociais causadas por eles sejam extremamente rápidas e relevantes para sua atividade.

A rede domina

De longe, entre as tecnologias mais transformadoras e influentes da última década têm sido aquelas relacionadas à interconectividade. O cenário do acesso, armazenamento e distribuição dos dados mudou radicalmente com o advento das redes globais, como a Internet, principalmente a banda larga (que já ultrapassou 60 milhões de acessos no Brasil), e as redes sem fio. A integração das redes de dados com as redes de telecomunicação, como a de telefonia celular, ampliou extraordinariamente o alcance e a influência das redes digitais, uma vez que acrescentou gigantescos números de usuários “sem-computador” aos usuários potenciais (outro número impressionante: também em março de 2012 deveremos chegar aos 200 milhões de linhas móveis, com uma taxa de penetração superior aos 100%, e desbancando todas as outras formas de acesso, em todas as classes sociais).

Esse cenário continuará a se firmar e expandir, principalmente nas tecnologias que ainda não estão saturadas. O surgimento de redes com velocidades cada vez maiores, como a quarta geração de redes de dados e de telefonia móvel (4G), e os dispositivos capazes de explorá-las, continuará impactando o setor. Podemos prever, portanto, que o futuro do setor saúde contempla a formação de uma rede global de informações em que todos os protagonistas, dos pacientes aos planos de saúde, da saúde privada e pública, dos grandes bancos de dados aos equipamentos laboratoriais e de imagens, estarão interligados de forma abrangente e integral. 

A este cenário convencionou-se denominar e-saúde, ou saúde digital, que tem alguns anos ainda, talvez uma década, para se concretizar no Brasil. Curiosamente, é um alvo extremamente difícil e custoso de se atingir, não por falta de recursos financeiros ou de tecnologias adequadas (o setor bancário provou que isso é possível há décadas atrás), mas até mesmo países muito ricos, depois de gastar bilhões de dólares ou euros em projetos gigantescos de e-saúde, demonstraram estar muito longe desse ideal, e têm tido dificuldades de comprovar os seus benefícios reais. 

Além do custo, os principais obstáculos para a e-saúde são quatro: 

• a enorme complexidade das organizações e procedimentos;
• o desafio colocado pela interoperabilidade funcional e de padrões de representação de dados e mensagens;
• e o envolvimento dos seus usuários terminais, os profissionais de saúde, principalmente os médicos;
• a gestão e a análise contínua dos grandes armazéns de informação que será gerada por essa rede, um problema novo que está sendo chamado de “big data”.

O computador é a rede
Entre as tecnologias que mais impactarão o setor saúde certamente estão aquelas em que o armazenamento de dados e a computação serão delegados à rede, ou melhor dizendo, a dispositivos remotos, seguindo uma tendência de descentralização, que será essencialmente impulsionada pela queda vertical dos custos de propriedade e de operação.

Estamos falando das tecnologias de nuvens (cloud computing), que tem sido revolucionada pela entrada de fornecedores de enorme tamanho, bem como pela possibilidade de que o software e suas funções estejam dispersos em uma rede com localização indefinida. Poderemos prever, então, o grande crescimento do chamado Software as a Service (SaaS) no setor saúde, que tem o dom de facilitar e agilizar muitas vezes mais a implementação e a atualização e expansão dos sistemas usados pelos hospitais. O barateamento e a disponibilidade univeral desses processos, até hoje extremamente caros e desafiadores para os hospitais, terá como resultado a sua universalização, a médio prazo.

No entanto, a computação em nuvem e o SaaS criam problemas novos e difíceis, gerando dilemas ainda difíceis de se resolver, como a questão da segurança dos dados e a necessidade de modificar e adaptar centenas de milhares de softwares tradicionais baseados em redes cliente-servidor que assumem que todos os dados e funções estão em único local protegido.

O poder do consumidor

A segunda onda que mais influenciará as aplicações da TI em saúde é muito nova e com um grande potencial de provocar desequilíbrios, mas é ainda largamente ignorada pelas instituições: é o surgimento do e-paciente, ou seja, o consumidor de serviços de saúde que é cada vez mais extensamente informatizado, e que, no espírito da chamada Web 2.0, ou web colaborativa, transformou-se pela primeira vez em um protagonista ativo do sistema. É o chamado prosumidor (uma mistura de consumidor e produtor de informações). Acredita-se que, com as redes sociais e comunidades virtuais, atualmente mais de 80% dos usuários da Internet também produzam e distribuam informação, através de blogs, microblogs, compartilhamento de opiniões e recomendações, crowdsourcing, etc. 

A democratização maciça de acesso à informação médica, e a possibilidade de grupos de usuários afetarem de forma virtual e em pouquíssimo tempo, o prestígio, as ações, e até o faturamento de uma empresa ou profissionais da saúde, está mudando radicalmente o relacionamento médico-paciente, por exemplo. Conceitos como a nova ética médica digital, a quem pertencem as informações clinicas individuais, a questão da privacidade controlada pelo paciente, e não mais pela instituição, e outros, serão alterados definitivamente pela expansão dos registros pessoais de saúde, pelos sensores e dispositivos inteligentes conectados à Internet (a chamada “Internet das coisas”), pela mobilidade, pela rastreabilidade e pela ubiquidade.

Tecnologias com potencial transformador

Além daquelas que expusemos aqui, um grande número de novas tecnologias tem o potencial de transformar o setor saúde, mas de maneiras e extensão ainda pouco conhecidas e imprevisível. As plataformas de comunicação e colaboração, por exemplo, revolucionarão as práticas a distância, como na telemedicina e na telepresença. Os serviços de geolocalização e rastreamento, o advento da Web 3.0 e da inteligência artificial embarcada, a robótica e a realidade virtual e aumentada, o uso disseminado de certificados digitais (como o projeto brasileiro da carteira de identidade digital), e várias outras, estarão nos assombrando no futuro e influenciando poderosamente o setor saúde.

*Renato M.E. Sabbatini é professor e pesquisador de informática em saúde, ex-docente da USP e da UNICAMP, fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), sendo atualmente seu diretor de educação e capacitação profissional.

**O artigo foi veiculado na edução 197 da revista FH, especial sobre o futuro da saúde.