terça-feira, 29 de maio de 2012

7 passos para uma gestão profissionalizada

Especialista fala sobre o perigo de falsas OSs e OSCIPs, que visam exclusivamente abocanhar uma fatia de “novos negócios na saúde pública”.



Este País parece mesmo destinado à prosperidade. Possui 48% da área de toda a América do Sul e tem 50,3% da população dessa região (mais de 190 milhões de brasileiros). Como se ainda não bastasse, tem 54,7% do PIB sul-americano. Só o Estado de São Paulo tem um PIB maior do que o argentino, e o do Rio de Janeiro é maior do que o do Chile. Nosso Brasil, definitivamente, cresce a passos largos.

Mas é ingenuidade pensar que todos os atores da saúde agem com as melhores intenções assistenciais, sem pensar em receitas, despesas, custos, lucros e sustentabilidade. Logo, o papel da administração profissional é cada vez mais imprescindível às organizações hospitalares. As técnicas de gestão de risco, acreditação, logística, cadeia de suprimentos, finanças, planejamento, entre outras, exigem que o hospital privado ou público, de qualquer esfera, esteja atualizado sobre todos esses temas. 

Assim, seus gestores precisam se preocupar com uma administração moderna; conhecer o mercado e suas assimetrias; relacionar-se com as pessoas e com os profissionais envolvidos na prestação de serviços; procurar fontes de financiamento; saber o ambiente jurídico que as envolve, os sistemas de informações, as estatísticas setoriais, as técnicas de negociação e tantos outros aspectos, relevantes na direção de um hospital.

Hoje as PPPs – Parcerias Público-Privadas, na área de saúde, viraram linguagem comum no nosso meio. Tudo isso com um único objetivo: gerenciamento racional com qualidade, capacidade de investimentos, profissionalização, metas, controles, inclusive social, gerando sustentabilidade e perpetuidade.

Existem entidades sérias, tanto privadas como sem fins lucrativos, que estão interessadas em participar desses contratos, em função do lucro justo ou para cumprir suas funções estatutárias e sociais – e o fazem muito bem! Por outro lado, parece existir um verdadeiro berçário de falsas Organizações Sociais (OSs) e/ou Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), as quais produzem e registram estatutos, com diretores e artigos duvidosos e, que se cadastram em órgãos legais, visando exclusivamente abocanhar uma fatia de “novos negócios na saúde pública”, sem a preocupação real com a gestão profissional. Tais entidades podem representar um perigo real ao gestor público mas, sobretudo, geram sérios danos à sociedade em geral.

Também existem prestadores de serviços de infraestrutura hospitalar – das áreas de esterilização, coleta de resíduos sólidos, higienização, segurança, nutrição, lavanderia, manutenção predial e de equipamentos, engenharia clínica, entre outros – que estão se organizando em consórcios, com objetivo de tomar para si esses contratos e prestar seus serviços. 

As lideranças políticas e os gestores terceirizados também precisam observar princípios, que garantam uma assistência adequada e uma evolução na qualidade de vida daquelas pessoas que buscam esse atendimento. Essa nova forma de a sociedade acessar os serviços de saúde é pluralista de pensamentos, mas precisa agir com gestão profissional. Para isso, fundamentalmente, é necessário:

1. Estudar orçamentos e planilhas financeiras em bases realistas, inclusive, provisionando os valores de rupturas de contratos;
2. Fazer uma excelente gestão de pessoas, na qual se garanta que no quadro existam profissionais com comprovada habilitação e experiência;
3. Estabelecer um programa de qualidade que assegure uma assistência digna aos cidadãos e um sistema de informações gerenciais, assistenciais e epidemiológicas;
4. Ter metas e prazos claros, com auditorias permanentes, visando evitar desvios e obter o perfeito alcance dos resultados;
5. Minimizar os riscos de desequilíbrio econômico-financeiro do contrato, com ajustes adequados e reajustes – tudo na forma da legislação vigente;
6. Criar uma operação eficiente e eficaz, que dê suporte aos atos médicos, de enfermeiros e dos demais profissionais de saúde;
7. Manter um plano diretor de obras que se coadune a um plano diretor de medicina.

Desta forma, as oportunidades para gestores profissionais de saúde e consultores especializados são cada vez melhores. A maior demanda dos hospitais tem sido por profissionais que auxiliem no diagnóstico institucional, na formulação de soluções eficientes e na operação/execução dessas diretrizes.

Por fim, somente gestores especializados em administração hospitalar, associados a equipes multidisciplinares formadas por engenheiros, arquitetos, médicos e demais profissionais, poderão dar uma resposta eficaz às demandas atuais das nossas instituições de saúde, uma vez que vivemos este momento único de prosperidade!

José Cleber do Nascimento Costa é administrador hospitalar, com mestrado pela Universidade Mackenzie, MBA pela FIA-USP, membro da Academia Brasileira de Administração Hospitalar, vice-presidente de Gestão Administrativa da ABDEH – Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (www.abdeh.org.br) e atual diretor geral do INDSH – Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (www.indsh.org.br). 

Por José Cleber do Nascimento Costa.

PPPs: Poucos avanços e muitas dúvidas

Modelo ainda enfrenta certa “resistência”, que vai desde o próprio esclarecimento do papel do ente público e do privado por parte da sociedade até a falta de definição e controles, e gestão.


 Quando se trata de Parcerias Público Privadas ainda há muitas dúvidas e desafios para explicar o modelo. Entre os percalços para o modelo engrenar estão a confusão entre os conceitos do que é a público e privado, visão política da sociedade e até a falta de instrumentos de ficalização e transparência. Essa foi uma das constatações da mesa que debateu o assunto nesta terça-feira (22), no Congresso ADH realizado durante a Feira Hospitalar, que ocorre de 22 a 25 de maio em São Paulo.

A única PPP de saúde no Brasil literalmente “em pé” é a do Hospital do Subúrbio, em Salvador (BA). Há ainda uma em andamento, recentemente aprovada, para o término da construção do Hospital Metropolitano de Barreiro, em Belo Horizonte (MG). Ainda na capital mineira, a prefeitura tem uma PPP que visa à reforma de 80 dos 147 postos de saúde da cidade.

No Brasil há um total de 2011 hospitais públicos, sendo 1502 municipais, 53 federais e 456 estaduais. Na área privada são 4616, 1855 filantrópicos e 2761 com fins lucrativos. Considerando 190 milhões de pessoas onde cerca de 47 milhões têm plano de saúde há uma nítida discrepância na divisão de atendimentos. “É impossível atender a população em 2 mil hospitais. Em nosso modelo de atenção, o público depende da área privada” é o que explica o consultor da W/Taborda,  Wladimir Taborda.

Na capital paulista, há proposta da primeira Parceria Pública Privada na área da saúde. O projeto engloba 16 unidades de saúde, com a construção de três novos hospitais, quatro novos centros de diagnóstico por imagem e mais seis unidades hospitalares que prevê a ampliação e substituição dos edifícios, além da reforma de três hospitais. De acordo com o Jornal Folha de S. Paulo, a entrega dos envelopes da licitação se A entrega dos envelopes da licitação se arrasta desde 25 de julho de 2011 e foi adiada por 14 vezes pela própria prefeitura.

Se a PPP paulistana não foi para frente, a Organização Social de Saúde em São Paulo já é um modelo consolidado. Atualmente, 55 hospitais com esse formato têm acreditação ONA plena e 43 possuem excelência. De acordo com Taborda, o modelo de OSs tem um exemplo recente também em Pernambuco, onde, em apenas dois anos, foram inauguradas 15 unidades básicas de saúde e dois hospitais.

Visão Política

As PPPs e mesmo as OSs possuem vários desafios. Os modelos ainda enfrentam certa “resistência”, que vão desde o próprio esclarecimento do papel do ente público e do privado por parte da sociedade até a falta de definição e controles, e gestão. “ Ideologicamente temos dificuldades de entender as diferenças entre privado, público, estatal e particular. Há instituições privadas que são públicas”, disse o Superintende Corporativo do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina. A saúde como negócio e o lucro advindo dele também não são bem visto. “ Achamos que o lucro é indecente. Precisamos discutir o lucro”, completou.

Por Maria Carolina Buriti.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

“Escassez de profissionais no mercado de TI é lenda”

Para Ricardo Menezes, da Dell, as fusões e aquisições do setor estão impulsionando um maior nível de profissionalização das empresas.


Em 2009, a fabricante Dell colocou em prática o plano de atuar mais fortemente nos mercados de saúde e educação no Brasil. A exemplo do trabalho que já fazia ao redor do mundo, a companhia aproveitou a deixa da aquisição da provedora de serviços de Perot Systems para encampar o desafio de fornecer serviços e infraestrutura para empresas nestas verticais.

A importância desta nova visão de negócios é que ao invés de se aproximar do cliente na intenção de vender um novo servidor, a empresa passou a olhar como ela poderia melhorar a farmácia daquele hospital.

Indicada pela segunda vez consecutiva para o Top Hospitalar, juntamente com a Teiko e IBM, a Dell olhou para a possibilidade de preencher uma lacuna no atendimento do mercado de saúde. A entrada neste setor da empresa, que este ano levou o prêmio da categoria Indústria de TI/serviços, coincide com a guinada das empresas em direção a uma maior profissionalização.

“É um passo necessário, obrigatório e impossível de não ser dado”, afirma Ricardo Menezes, diretor de Vendas para Saúde da companhia. “Ninguém imagina hoje, no Brasil, que está à frente de alguns países de primeiro mundo, o mercado financeiro sem a sofisticação que para nós é lugar comum. Então este histórico do mercado financeiro vai acontecer no segmento de saúde, mas vai levar 5 anos, ao invés de demorar os 40 anos que levou o mercado financeiro, porque obviamente a dinâmica de hoje é muito diferente da década de 1960 e 1970.”

O fato é que as fusões e aquisições do setor estão impulsionando um maior nível de profissionalização das empresas. O que não aconteceria se os grupos continuassem sendo grupos familiares.

Menezes chama de lenda a ideia da escassez de profissionais no mercado. O executivo afirma que em relação a tecnologia e consultoria para saúde, o Brasil já tem boas amostragens de profissionais de alto nível. “Por exemplo, nós contratamos recentemente pessoas que tinham 10 anos no assunto”, afirma o executivo.

Se para a Dell o Brasil representa um grande mercado potencial, para a concorrente IBM, não é menos. A empresa divulgou no último balanço que o crescimento obtido nos países dos Brics foi maior do que nas demais regiões em crescimento, onde anualmente registrou-se avanço de 7%, contra 10% na região formada por Brasil, Rússia, Índia e China.

Adicionalmente, a companhia norteamericana registrou globalmente uma receita de US$ 10,5 bilhões apenas com a área de serviços de tecnologia.

A outra indicada, a Teiko, provedora de soluções em TI, destacou no ano passado com a modernização do ambiente de TI do Hospital Santa Catarina, com o projeto “Alta Disponibilidade II”,  cujo resultado apresentou ganho de 50% a 90% em tempo de execução das operações.

A visão do executivo da Dell a respeito da necessidade de investimentos que este mercado demanda aponta para outro fator crítico: a maior exigência do cliente dos hospitais. “O cliente final não aceita ser tratado de uma forma pouco sofisticada”, completa Menezes.

Por Danilo Sanches.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Philips migra plataforma Tasy para Java

Para realizar a migração a Philips deslocará uma equipe técnica até o hospital para iniciar o processo, que pode ser feito de forma integral, de todo o sistema, ou por módulos.


 A ideia de migrar a linguagem de programação do Tasy de Delphi para Java, da Oracle, começou em 2006, bem antes da antiga Wheb Sistemas ser adquirida pela multinacional holandesa Philips, em setembro de 2010. “Naquela época já estávamos planejando a melhor forma de realizar esta migração, de forma eficiente e transparente para todos os nossos clientes”, diz a gerente de vendas da Philips Healthcare Informatics, Laís Cristina Zonta.

Segundo ela , a principal preocupação da multinacional era migrar o sistema para que ele continuasse evoluindo tecnologicamente sem as limitações que a linguagem Delphi proporcionava.

Para realizar essa migração, a Philips produziu um estudo avaliando as melhores formas de realizar esta operação. Após definido como seria esse processo, em 2006, a multinacional deu início à substituição do Delphi pelo Java. “Buscamos realizar as migrações sem que o cliente tivesse a necessidade de reimplantar o software, pois as duas linguagens são muito parecidas, mudando apenas alguns parâmetros e campos a serem preenchidos na nova versão. Ao todo, o Tasy programado em Java é 99% igual à antiga versão”, afirma Laís.

A executiva ressaltou que, mesmo com a migração da linguagem de programação do sistema, os profissionais que utilizam o Tasy não precisarão ser retreinados, uma vez que a interface e a operação do software serão as mesmas. “Como as duas plataformas são praticamente iguais precisamos apenas validar os sistemas para termos certeza que tudo está funcionando da forma que deveria. Com isso, valorizamos o investimento feito por nossos clientes, uma vez que eles não precisarão pagar por esta reimplantação do sistema.”

Para realizar a migração a Philips deslocará uma equipe técnica até o hospital para iniciar o processo, que pode ser feito de forma integral, de todo o sistema, ou por módulos, dependendo da estratégia adotada pela equipe de desenvolvimento alocada na instituição.

Um dos hospitais que já passaram pela migração de sistema foi o Cristóvão da Gama, situado em Santo André, Região Metropolitana de São Paulo, que foi o primeiro cliente a realizar testes com a nova plataforma em Java. A expectativa da Philips é de que, até o final de junho, o sistema este totalmente migrado, homologado e operando normalmente.

Segundo Laís, por enquanto o software está homologado para utilização apenas em Windows, da Microsoft, já para Linux, a homologação está em faze final. “Já iniciamos alguns testes e, futuramente, teremos o Tasy também para iOS, da Apple e para Android.”

Por Guilherme Batimarchi.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

9 motivos para ter acreditação

Pesquisa mostra as principais razões que motivam os hospitais a entrarem em um processo de certificação. Segurança eficiência no tratamento com pacientes estão entre os maiores incentivos.

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos em Gestão em Gestão de Serviços de Saúde denominada Panorama da Acreditação Hospitalar no Brasil denominou os principais motivos que levam os hospitais brasileiros a participarem de um processo de acreditação.

De acordo com o estudo, a partir da literatura e das entrevistas realizadas com os gestores dos hospitais, pode-se concluir que existem dez grandes motivadores deste processo.

Veja a seguir: 

  1. Aumentar a segurança do paciente;
  2. Aumentar a eficiência no atendimento ao paciente;
  3. Estimular a cultura da qualidade na organização;
  4. Avaliar objetivamente o desempenho do hospital;
  5. Aumentar a integração entre os setores do hospital;
  6. Desenvolver a cultura da mensuração no hospital;
  7. Aumentar a segurança dos funcionários no trabalho;
  8. Alcançar a padronização dos processos;
  9. Aumentar a satisfação dos pacientes.
Por Saúde Web.

OPMEs movimentam consumo de alta tecnologia

Veja alguns dos resultados e estratégias da Johnson & Johnson, que atingiu vendas de US$ 25,8 bilhões em 2011, B. Braun e Baumer.


Regina Navarro, diretora-presidente da J&J: multinacional levou o troféu de OPME 

Desde 1933 no Brasil, a Johnson & Johnson possui produtos tanto para área médica como para consumo doméstico. A Johnson & Johnson Medical atua na área de dispositivos médicos e ferramentas de diagnóstico. E foi essa divisão que ganhou o troféu Top Hospitalar 2011, na área de Indústria de Equipamentos – OPME. Em comunicado enviado à redação, a companhia diz que, “A empresa atingiu vendas de US$ 25,8 bilhões em 2011 em todo o mundo, com crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior”.

Responsável por parte importante nos custos para a saúde suplementar, a área de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) leva a sério a ideia de profissionalização do mercado de saúde, uma vez que dela depende diretamente da ampliação do consumo de produtos e serviços ligados ao segmento.

O diretor comercial da B. Braun, Afonso Sousa, vê com entusiasmo o crescente ganho de conhecimento pelo mercado tanto das técnicas empregadas quanto das diversas linhas de produtos que o mercado oferece.

“Quanto mais bem informados e mais bem formados nós tivermos nossos usuários, melhor”, enfatiza Sousa. “Nós desenvolvemos produtos cada vez mais fáceis de usar, mas independente disso, o mercado requer profissionais adequadamente treinados, conhecedores das terapias e também treinados nas aplicações e no manuseio dos produtos com que ele trabalha.”

A companhia, que está no país há 42 anos, comercializa diretamente linhas de produtos neste segmentos há 16 anos (antes trazia apenas via distribuidor). O executivo entende que a indústria é uma das principais alavancadoras da profissionalização dos hospitais. Principalmente no caso dos hospitais privados, onde ocorrem grandes investimentos na aquisição de novas tecnologias e de produtos de ponta. E isso, sem dúvida, exige que os profissionais sejam continuamente treinados. Ganha a indústria, ganha o hospital e ganham os pacientes.

A fabricante mantém uma instituição voltada a cursos e treinamentos, a Academia Aesculap, onde discute-se tendências terapêuticas não necessariamente ligadas ao portfólio da B. Braun.

“Trabalhar com seriedade, principalmente porque nosso trabalho envolve vidas, é o grande segredo para manter-se e ter destaque no mercado”, afirma Sousa. “o maior controle de qualidade que nós temos é o uso diário dos nossos produtos pelos nossos clientes.”

Também indicada ao prêmio, a Baumer, ao longo dos 60 anos de existência está hoje presente em mais de 50 países e mantém um portfólio de cerca de 5,5 mil produtos. Com fábrica em Mogi Mirim, a empresa foi um das primeiras do segmento a se lançar no mercado internacional e hoje atende a clientes na Europa, Ásia e América central.

Por Saúde Web.

MV compra Hospidata para atingir pequenos e médios hospitais

Expectativa é de que, nos próximos anos, a solução focada em instituições de menor porte represente 20% do faturamento da companhia.


 “O valor do negócio está no modelo de gestão agregado a um sistema de informação", diz o presidente da MV, Paulo Magnus.


A MV, especializada em sistemas de gestão hospitalar (ERP), anunciou nesta terça-feira (31) a aquisição das empresas HDS Assessoria e Serviços e HD Processamento, que compõem o grupo Hospidata, pioneiro na área de software para o setor de saúde no Brasil. O valor da compra não foi divulgado pela companhia. 



Plataforma totalmente web e foco nas pequenas e médias instituições de saúde foram os aspectos preponderantes para a escolha da empresa, que possui 200 clientes em diversos estados do País. “Faz dois anos que estamos `namorando´ a Hospidata. A robustez da solução MV dificultava nossa entrada no mercado de pequenos e médios”, explica o presidente da MV, Paulo Magnus. 

De acordo com o executivo, o sistema Hospidata deve sofrer incrementos da MV, mas continuará com preços acessíveis aos hospitais menores e municípios com até 100 mil habitantes. 

“A expectativa é de que, nos próximos anos, esta solução represente 20% do faturamento da MV”, diz Magnus. Para se ter uma ideia, a empresa faturou R$ 84 milhões em 2010. O balanço de 2011 ainda não foi divulgado, mas as projeções são de cerca de R$ 126 milhões. 

Com sede em Porto Alegre, a Hospidata manterá a operação independente, comercializando soluções para hospitais, clínicas e Secretarias de Saúde.

“O valor do negócio está no modelo de gestão agregado a um sistema de informação. As instituições de pequeno porte agora vão ter a possibilidade de adquirir uma solução de ponta com baixo custo”, enfatiza o executivo. 

Por Verena Souza.

MV adquire Grupo Microdata

Empresa de sistemas em saúde anuncia compra pouco tempo depois do mercado receber a notícia de que a brasileira Benner formou uma Joint Venture com a portuguesa Alert.

 
Após recente aquisição do Grupo Hospidata, a MV, empresa de sistemas de gestão de saúde, acaba de anunciar a compra de três empresas de TI: Microdata, Centercall e Micropacs, que compõem o Grupo Microdata, especialista em softwares de gestão de imagens médicas. O anúncio foi feito durante a 19ª edição da Feira Hospitalar nesta terça feira (22), em São Paulo, pouco tempo depois do mercado receber a notícia – antecipada pela revista FH – de que a brasileira Benner formou uma Joint Venture com a portuguesa Alert.

Entre os clientes da Microdata, fornecedora de PACS (Picture Archiving and Communication System) e RIS (Radiology Information System), estão Grupo Amil, hospitais Mãe de Deus e Moinhos de Vento, Biocor Instituto, Unimed Belo Horizonte, AC Camargo, Santa Joana, etc.

Com a aquisição, a companhia pretende ampliar sua área comercial oferecendo os aplicativos de PACS e RIS, tanto para hospitais, como para clínicas de imagem de todo país. “Nosso objetivo é prover sistemas de gestão para todos os nichos da área de saúde e o conjunto de soluções da Microdata vai aumentar nossa capacidade de atendimento”, afirma, em comunicado, o presidente, Paulo Magnus.

Em entrevista coletiva, Magnus afirmou que a MV já vinha acompanhando há um determinado tempo as operações do Grupo Microdata, no Rio de Janeiro, que atua de forma importante no segmento de TI em saúde dentro do mercado da MV. “Entendemos que precisávamos ter uma solução mais robusta e qualificada, que atendesse toda a demanda de nossos clientes.”

No ano de 2007 a MV fez uma grande parceria com a Microdata e agora, em 2012, assumiu o controle acionário do grupo. O objetivo dessa movimentação é dar mais força ao projeto de ampliação de mercado para a América Latina da MV. Segundo Magnus, todo investimento feito na plataforma Soul MV tinha o objetivo de qualificar e melhorar as soluções para a saúde para a América Latina e Brasil. Ao perceber que havia ótimas perspectivas para este mercado a companhia fez um investimento que, neste ano, deve atingir a casa dos R$50 milhões, somados os últimos quatro anos, para a melhoria de seus sistemas.

De acordo com Magnus, o grupo Microdata continuará operando no mercado de forma independente – da mesma forma como a Hospidata atua hoje – utilizando a rede de canais de distribuição da MV, no Brasil e América Latina e não haverá cortes na empresa. “Hoje atuamos fortemente em três países, Chile, México e Colômbia e pretendemos fazer aquisições também nesses lugares para aumentar nossa atuação no mercado latino americano”, ressalta o executivo.

Em 2011 o faturamento da MV chegou a marca dos R$100 milhões e a estimativa de crescimento  é de 50% para 2012. Magnus contou que a aquisição do grupo trará um acréscimo de 10% no faturamento da MV nos próximos 12 meses.

Alert e Benner

Sobre a formação da Joint Venture entre Benner e Alert, Paulo Magnus frisou que a área de TI em saúde possui um mercado muito grande ainda para ser ocupado no Brasil. “A MV é líder de mercado e nós temos que correr e fazer ações para manter nossa posição de liderança. Há espaço para todo mundo nesse mercado, que realiza pouco investimento em TI se comparado a outros países.”

Por Saúde Web.

Alert e Benner anunciam Joint Venture

Companhia nasce com faturamento de R$ 115 mi e promete trazer sistemas mais robustos aos prestadores. A união deve acirrar a competição entre os players do mercado - como MV, Wheb Philips e WPD Agfa.


Alert Benner estimam alcançar um faturamento de R$ 300 milhões em três ano.


A proposta da tarde era o lazer. O golfe o responsável pela sensação de descontração dos executivos Severino Benner e Paulo César Guimarães -, respectivamente presidente e fundador da Benner Sistemas e CEO mundial da portuguesa Alert. Apesar de já terem cumprido a bateria de reuniões dos dias anteriores, proposta por um evento corporativo do setor, realizado na Bahia há um ano e oito meses, a grande tacada dos negócios ainda estava por vir. E o que parecia uma partida despretensiosa de golfe, iniciou uma relação complementar.

“Você tem que me visitar lá em Portugal”, disse Guimarães. Benner atendeu ao convite e, pouco tempo depois, em meados de maio, as empresas de sistemas de gestão para saúde anunciavam a Joint Venture Alert-Benner, que nasce com um faturamento de R$ 115 milhões e uma projeção de R$ 300 milhões em três anos.

Há 15 anos no mercado, a Benner atua no segmento de sistemas de gestão hospitalar, com grande expertise nas áreas administrativa e financeira – principalmente no campo de operadoras, onde detém aproximadamente 28% de market share.

Já a força da Alert está em soluções de prontuário eletrônico e gestão clínica para hospitais. Facilitada por uma plataforma tecnológica semelhante, a integração dessas soluções visa atender por completo os processos de gestão de uma instituição de saúde, seja na esfera pública ou privada. 

“Na Alert não existia, por exemplo, o complemento do ERP (Enterprise Resource Planning, em inglês). E a cada entrega, exigia-se mais um fornecedor incorporado, dificultando os negócios. A decisão da joint venture foi baseada na oferta de uma solução abrangente através de um único fornecedor”, conta o diretor executivo da nova empresa, e também diretor geral da Alert no Brasil, Luiz Brescia. 

Além dos sistemas, a possibilidade de provimento de uma infraestrutura de TI, contemplando data center, servidor, outsourcing e cloud computing, se dá pelo fato de que a Benner pertence a Globalweb Data Services – grupo a ser presidido por Severino. O executivo está em fase de transição para o cargo.

“A figura do integrador é eliminada. Os integradores passam a ser nós mesmos”, explica Benner.

Impacto no setor 

Tal fusão configura uma disputa travada por poucas empresas de softwares de gestão hospitalar no País. A saúde é um dos setores mais promissores para fornecedores de tecnologia e as organizações correm para ganhar musculatura a fim de atender a crescente demanda. Paulo Magnus, fundador e presidente da MV Sistemas – a maior concorrente da Benner em saúde -, acredita que dos cerca de sete mil hospitais brasileiros, apenas mil possuem uma informatização razoável; dos quais uns 500 ou 600 têm um sistema de fato robusto. “Na área clínica talvez tenhamos 5% dos hospitais com uma ferramenta clínica atuante”, afirmou o executivo em entrevista concedida à revista CRN Brasil de fevereiro deste ano.

Com um faturamento de R$ 100 milhões, a MV Sistemas, hoje, é líder entre as maiores empresas nacionais de software, ofertando também um conceito completo de gestão para hospitais e planos de saúde para os cerca de 500 clientes espalhados pelo Brasil. Entretanto, com o advento da Alert-Benner, a companhia de Magnus perde a primeira colocação no aspecto faturamento. “A Joint Venture começa liderando e com o maior portfólio do Brasil”, enfatiza Brescia. 

Também protagonistas de recentes fusões, a empresa de diagnóstico por imagem Agfa Healthcare – com a incorporação da brasileira WPD em setembro de 2011 -, e a holandesa Philips – por meio da união com a nacional Wheb Sistemas no final de 2010 -, devem sentir a força da Alert-Benner no mercado.      

De acordo com o anuário Série Estudos, publicado em dezembro pela revista Tecnologia, a WPD aparece em segundo lugar – atrás da MV Sistemas – e a Benner, em terceiro, seguida da Wheb Sistemas, no ranking das dez maiores empresas do segmento.

As operações evidenciam a busca das multinacionais por fornecedores de sistemas clínicos nacionais, com o intuito de atender a demanda por uma solução integrada dos prestadores de saúde, tendo em vista a também consolidação e verticalização de hospitais, laboratórios e operadoras. Além do esforço do governo em promover atendimento estruturado por uma rede de assistência.

De acordo com Severino Benner, o diferencial da Alert-Benner deve-se ao fato de que ambas modernizaram suas plataformas tecnológicas antes das demais. “Os fornecedores estão passando, agora, por um processo de troca de tecnologia, fazendo o upgrade dos produtos. E tanto a Alert quanto a Benner já estão em um estágio maduro e atualizado”, explica.

Para o consultor em TI, Gustavo De Martini, a consolidação do segmento é positiva enquanto houver competitividade; e a probabilidade é de que, cada vez mais, os pequenos desenvolvedores se estabeleçam em nichos específicos.

O ganho de escala por meio das fusões e aquisições também contribui para maiores investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o que é essencial em um setor onde software como serviço (SaaS), uso de dispositivos móveis e computação em nuvem despontam como tendência.  

Nova estrutura 

Apesar de a Alert estar presente em 12 países, as soluções Alert-Benner serão voltadas para o mercado brasileiro e os esforços iniciais serão concentrados no compartilhamento das estruturas existentes de ambas as organizações, atualmente dispostas por São Paulo, Maringá (PR), Belo Horizonte (MG), entre outros,  contemplando 400 colaboradores. Os executivos mapeiam nova região para a construção de mais um centro de desenvolvimento.   

Reforçar a atuação nas regiões Sul e Sudeste é a prioridade inicial. Outras praças serão trabalhadas via canais de distribuição, segundo Lucrécia Oliveira, que comandará a estrutura financeira e de vendas da Joint Venture, com sede na capital paulista.   

Vantagens 

Brescia é categórico ao dizer que o custo das instituições de saúde vai diminuir. “Ao levar uma solução abrangente, que atende todas as áreas dos hospitais, inclusive com infraestrutura para a execução do software e suporte de manutenção, as unidades de saúde conseguirão uma economia em escala de processos. Dessa forma, isso é acessível e estratégico aos pequenos também, pois poderão se preocupar apenas com a medicina, levando em conta que a mão de obra de profissionais qualificados de TI é escassa”, enfatiza.

Na opinião de De Martini, o mercado de TI está amadurecendo e a consolidação evidencia isso. “Gradativamente os prestadores vão percebendo que a tecnologia faz parte dos processos de gestão”. 
Em longo prazo, os impactos da nova Alert-Benner certamente serão mensurados.  Resta, agora, aguardar e elucubrar: será que a MV apostará também em uma fusão ou em novas aquisições depois da formação da Wheb Philips, WPD Agfa e Alert-Benner?

Por Verena Souza.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Dell lança solução de gestão de sistema para hospitais

Ferramenta tem o objetivo de tazer agilidade às instituições de saúde para que fiquem em conformidade com as políticas de gerenciamento e segurança de TI


Empenhada em desenvolver recursos para os CIOS de hospitais, A Dell Kace trouxe para o Brasil uma solução de gerenciamento de sistemas para instituições de Saúde. De acordo com o gerente da linha de produtos da Dell Kace Brasil, Túlio Werneck, os produtos são baseados no conceito plug and play (instalar e usar).

“As soluções têm o objetivo de proporcionar agilidade às instituições de saúde para que fiquem em conformidade com as políticas de gerenciamento e segurança de TI”.

Werneck conta que as empresas e hospitais possuem um número mínimo de pessoas para trabalhar e capital para investimentos em tecnologia da informação. Sendo assim, de acordo com ele, uma tendência do cenário é criar recursos que possibilitem a automação dos processos, para que as equipes tenham a possibilidade de atuar em tarefas mais estratégicas.

Ações como ajudar a fazer o inventário em tempo real de hardware e softwares no parque de TI são contempladas pela solução, segundo Werneck. O executivo ressalta que, dessa forma, as instituições de saúde não correm o risco de ter softwares piratas rodando em rede.

Contribuir para as melhorias no gerenciamento da TI também é um dos objetivos do sistema. Werneck afirma que, no setor da saúde, o gerenciamento dos sistemas não é simplesmente uma questão de processo e eficiência econômica, uma vez que a saúde do paciente está em jogo.

Inaugurado no Brasil em dezembro de 2011, a solução da Dell Kace obteve ao longo do primeiro trimestre de 2012 uma boa aceitação do mercado de saúde. Werneck conta que está sendo usada em clínicas e hospitais brasileiros.

Além do Brasil, o executivo conta que o Mercy Medical Center, nos Estados Unidos, economizou 8700 horas em TI e diminuiu 388% do down time por antecipar 50% dos problemas relacionados a TI.

Da mesma forma o Northwestern Memorial Physicians Group, obteve uma economia de US$ 130 mil, reduzindo custos de implantação de máquinas.

Werneck encerra ao dizer que a empresa espera ter uma taxa de crescimento da adoção do produto em torno de 600% em relação ao primeiro trimestre deste ano. “Pretendemos comercializar a solução de forma consultiva, arquitetando uma ferramenta para cada cliente”. Por Cinthya Dávila.

Novas tecnologias aumentam precisão e segurança da radioterapia

60% de todos os casos de câncer têm indicação para a terapia com radiação. Veja qual é a tendência dessa técnica de tratamento


Na década de 1960, apenas 39% das pessoas com câncer sobreviviam cinco ou mais anos após o diagnóstico da doença. Esse número subiu para 64% no fim dos anos 90 e continua em ascensão, segundo dados da literatura. As técnicas atuais de tratamento do câncer resultam na cura de mais de 60% dos pacientes.

Atualmente, as pessoas diagnosticadas com câncer e tratadas não só vivem por mais tempo, mas conseguem viver melhor, segundo o médico Robson Ferrigno, rádio oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT). “O diagnóstico precoce aliado ao tratamento adequado aumenta significativamente as chances de cura e a sobrevida”, diz o especialista em comunicado.

Uma das técnicas mais recomendadas para tratar o câncer, a radioterapia é responsável pelo sucesso do tratamento de grande parte dos pacientes. A técnica é necessária para tratar 60% de todos os casos de câncer, inclusive os mais prevalentes da população brasileira: próstata e pulmão, entre os homens, e mama e colo uterino, entre as mulheres. Ela pode ser administrada isoladamente ou ser combinada a outros tratamentos, como a quimioterapia e a cirurgia.

As células tumorais, mais sensíveis à radiação do que as células sadias podem ser destruídas com a radioterapia ou ser impedidas de se reproduzir, interrompendo a progressão do câncer. O tratamento é realizado pelos aceleradores lineares, equipamentos que produzem radiações terapêuticas invisíveis e indolores para atingir uma camada específica do corpo.

“A percepção de que a radioterapia é apenas um tratamento paliativo não corresponde à realidade. Casos de câncer de laringe, colo uterino, próstata e pulmão, em estágio inicial, podem ser totalmente curados utilizando apenas a radioterapia,” afirma Ferrigno. Segundo o médico, a radioterapia também pode ser utilizada após a cirurgia de retirada do tumor para evitar que o câncer reapareça. Em uma parte dos casos, ela é administrada em combinação com a quimioterapia.

No caso do câncer de mama, pacientes submetidas à cirurgia que preserva a mama (conservadora) para retirada do tumor possuem 30% de chance de o câncer retornar. Com o uso da radioterapia após a cirurgia, esse índice cai para baixo de 5%. Outro exemplo é o sucesso da radioterapia em pacientes com câncer de próstata em estágio inicial e localizado, cujo índice de cura proporcionado pela radioterapia gira em torno de 90%, igual os resultados obtidos com a cirurgia. Já no câncer de colo uterino, a taxa de cura com radioterapia exclusiva gira em torno de 60% a 90%, dependendo do estágio da doença.

Aparelhos de última geração reduzem os efeitos colaterais e melhoram a qualidade de vida
A radiação tem sido utilizada com sucesso no tratamento de pacientes por mais de 100 anos. Durante esse tempo, foram feitos muitos progressos na segurança e precisão da radioterapia. Médicos especializados em radioterapia adaptam cuidadosamente o tratamento para cada paciente, visando o melhor resultado e minimizando os efeitos colaterais. Isso é feito com a ajuda de softwares e equipamentos monitorados para garantir que o procedimento seja realizado dentro dos protocolos de segurança e eficácia.

Em geral, a radioterapia isoladamente acarreta poucos efeitos colaterais, mas pode haver reações localizadas na área que recebeu a radiação. Como as células sadias são menos suscetíveis à radiação, elas tendem a se recuperar após as sessões do tratamento.

Ainda de acordo com Ferrigno, as últimas tecnologias em radioterapia aumentam a precisão ao tratamento, além de reduzir os efeitos colaterais. É o caso da radioterapia de intensidade modulada (IMRT), uma técnica que libera doses variadas de radiação conforme a região que o médico quer atingir. “O IMRT, já disponível em alguns centros de excelência no Brasil, diminui a toxicidade do tratamento e as sequelas tardias.”

Outra tecnologia já disponível no Brasil e em fase de expansão é a radioterapia guiada por imagem (IGRT). Imagens tridimensionais do tumor são geradas por máquinas ultramodernas, capazes de direcionar os feixes de radiação para o ponto exato onde se localiza o câncer. Com isso, é possível aumentar a dose de radiação nos pontos críticos. “O alvo é atingido com muita precisão e a radiação é enviada de forma precisa em direção ao tumor, poupando ao máximo os tecidos sadios,” explica o presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT). Segundo o médico, a técnica também permite verificar os movimentos do corpo do paciente ao respirar, de maneira a manter o feixe de radiação apontado todo o tempo apenas para o tumor.

Acesso à radioterapia no Brasil

As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que em 2012 ocorrerão cerca de 520 mil novos casos de câncer no Brasil. Portanto, 312 mil brasileiros terão indicação para radioterapia este ano. Entretanto, 90 mil pacientes deixarão de receber o tratamento devido à defasagem no número de serviços de radioterapia no País.

“Em relação às recomendações da Organização Mundial da Saúde e as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil tem uma carência de aproximadamente 140 aparelhos de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o país conta com aproximadamente 230 aceleradores lineares, atendendo apenas 66% da demanda,” alerta o presidente da SBRT.

Outro problema sério enfrentado pelo brasileiro que depende do tratamento é a fila de espera para a realização da terapia, que tem sido, em média, de quatro meses. Essa demora na realização da radioterapia implica diretamente na diminuição das chances de cura. Por Saúde Web.

Siemens expande parque fabril para diagnóstico por imagem

Com R$ 50 milhões de investimentos, a fábrica de Joinville produzirá equipamentos de ressonância magnética, tomografia, raio-x analógico e digital


No começo do ano passado, a Siemens Healthcare, subsidiária da multinacional alemã, havia anunciado a instalação de uma linha de montagem, também voltada à área de diagnóstico por imagem, em Joinville (SC), onde já tinha um centro de distribuição dedicado ao segmento. Na manhã desta quinta-feira (03), durante a 42º Jornada Paulista de Radiologia, a companhia anunciou a expansão do parque fabril para a produção de equipamentos de ressonância magnética, tomografia, raio-x analógico e digital.

A fábrica, que contou com investimentos de R$ 50 milhões, deve começar a operar a partir do segundo semestre deste ano e, no início, fará em torno de 200 a 300 equipamentos por ano. 

“A consolidação da produção local é importante para atender essa demanda crescente do setor”, ressalta o presidente da divisão de Saúde no Brasil, Armando Lopes.Por Verena Souza.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Cartão do SUS é obrigatório para atendimento a partir de março

Até mesmo aqueles que possuem plano de saúde ou realizam consultas de forma particular devem possuir o Cartão. No entanto, quem não tiver, o atendimento não será negado


A partir de março, todo cidadão brasileiro deverá ter em mãos o Cartão Nacional da Saúde (CNS) para ser atendido nos locais que prestam serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até mesmo aqueles que possuem plano de saúde ou habitualmente realizam consultas e outros procedimentos de forma particular devem possuir o Cartão.

A determinação está na Portaria N° 763, de 20 de julho de 2011, do Ministério da Saúde, e começa a valer dia 1º de março. Deste dia em diante, em todos os atendimentos feitos em estabelecimentos de Saúde, o usuário terá de informar o número do seu Cartão Nacional do SUS, não importando se o atendimento é pelo Sistema Único, particular ou por plano de saúde. O número será solicitado no ato da admissão do paciente.

O preenchimento do número do CNS do usuário é obrigatório para o registro dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares nos sistemas de informação do Ministério da Saúde.

Fazer o Cartão 

O cadastramento é feito pelas prefeituras e remetido ao governo federal. O CNS tem o formato de um cartão de crédito e contém uma etiqueta com dados pessoais do usuário e o número nacional, fornecido pelo Ministério da Saúde depois do pedido de cadastramento. Cada número é único e exclusivo para cada cidadão, e é válido em todo o Brasil. Foi criado para ser o cadastro único de todos os usuários do SUS e centralizar todas as informações sobre o paciente.

Por intermédio dele, o histórico de atendimento do usuário poderá ser acompanhado em qualquer unidade de saúde em todo o país. Esse acompanhamento também pode ser feito pelo portador do cartão em área restrita do site do Portal de Saúde do Cidadão, onde constarão informações individuais sobre os contatos com o SUS. As informações disponibilizadas permitem saber quem foi atendido, onde, por quem e com qual tipo de problema, os remédios, os exames e os pedidos de consulta feitos em todo o território nacional.

As pessoas que não tiverem o Cartão de Saúde não serão impedidas de receber atendimento em qualquer estabelecimento público de saúde. A meta do Ministério é implantar o registro eletrônico de saúde em todos os municípios brasileiros até 2014. Por Saúde Web.

Usuários de planos de saúde não precisam fazer Cartão SUS

De acordo com a ANS a responsabilidade deste cadastro é das operadoras, que devem informar os dados de cadastro do paciente para o governo



Em esclarecimento em sua página na internet, a Agência Nacional de Saúde Suplmentar (ANS) afirma que todo mundo deve ter cartão SUS, mas quem tem convênio médico não precisa. A Agência diz que a responsabilidade deste cadastro é das operadoras, que devem informar os dados de cadastro do paciente para o governo.

As novas regras são uma medida para integrar os cadastros do SUS e saúde complementar. E ter controle do histórico do paciente em um cadastro único que pode ser acessado de qualquer hospital, público ou particular.
O cartão também é uma forma de cobrar das empresas de planos de saúde pelo atendimento feito na rede publica. Já que o novo sistema vai identificar esse atendimento para que operadora faça o ressarcimento ao governo.

De acordo com a ANS,  mesmo sem o cartão, nenhum conveniado poderá ter seu atendimento negado ou o plano de saúde cancelado.

Para quem não tem plano de saúde e ainda não fez o cartão, deve procurar uma Unidade Básica de Saúde.
O prazo para que as operadoras encaminhem os dados dos clientes é 5 de junho, mas pode ser alterado. Por Saúde Web.

Hospital Samaritano e a implementação de ERP

 Há três anos operando com o Tasy, o hospital paulista, que passou a ter suas informações organizadas em um fluxo de dados e processos uniformes, já parte para uma nova etapa em busca da sofisticação funcional


Gerenciar de forma eficiente processos assistenciais e administrativos, gerar dados relevantes para a tomada de decisões estratégicas do hospital e aumentar a transparência das informações geradas na instituição em todos os seus departamentos. Essas são algumas das vantagens em se adotar um sistema de ERP clínico ou administrativo. No entanto, para que isso seja possível, é necessário que processos sejam revistos e o hospital tenha um modelo de governança em TI adequado para suportar as novas tecnologias.

Em 2005, quando o atual gerente de TI do hospital Samaritano, Klaiton Simão, assumiu sua função na instituição, ele trabalhava com sistemas de gestão diferentes: um com foco na gestão assistencial, desenvolvido pelo próprio hospital, e um administrativo- financeiro, da Microsiga, atual TOTVS. 

Em 2006 e 2007, o executivo atuou fortemente na mudança do então atual modelo de governança de TI do Samaritano, e em 2008, após a reformulação, iniciou o projeto de implantação de uma nova ferramenta de ERP.

O projeto de escolha do novo sistema começou em 2008, e o primeiro passo foi constituir um comitê gestor do projeto que tivesse o envolvimento de todas as lideranças da organização, uma vez que essa iniciativa não poderia ser vista apenas como um projeto de TI, e sim como uma demanda corporativa. “O Hospital Samaritano, naquele momento, já estava iniciando a construção do novo complexo hospitalar, e, por esse motivo, precisávamos de uma nova ferramenta de gestão para que o hospital tivesse uma eficiência melhor em seus processos internos de controles e fluxos e, para que o hospital, operando com o dobro de sua capacidade, tivesse uma plataforma operacional mais segura e eficiente”, completa o gerente de TI do Samaritano. 

Para formar esse comitê foram convidadas, além da equipe de TI, responsável pelo projeto, as diretorias clínica, técnica, gerências de enfermagem, operações, planejamento e um consultor médico- especialista na área de implantação em projetos de TI.

De acordo com Simão, após a elaboração do comitê, o próximo passo foi elaborar uma Request For Information (RFI), conceito utilizado em gerenciamento de projetos para especificar todos os requisitos que uma determinada solução de software precisa para atender as necessidades do hospital. “Depois de, elaborada, encaminhamos a RFI para todas as empresas de solução do mercado.”

Com base nas respostas das empresas o hospital começou o processo de escolha do novo sistema com 18 empresas, nacionais e estrangeiras. “Com essa RFI, chegamos a três finalistas, pois a gama de requisitos era muito abrangente e apenas três cumpriam o que solicitamos”, acrescenta o executivo.

Segundo ele, o processo de formar o comitê gestor e fazer a RFI, que deu origem a uma Request For Proposal (RFP), durou de oito meses e a opção foi pelo Tasy, da Wheb Philips. “Em setembro do mesmo ano, o projeto de implantação do ERP começou efetivamente”.

A implantação do Tasy no Samaritano durou sete meses, terminando em março de 2009, quando entrou, efetivamente, em operação no Samaritano integrando as áreas clínica e administrativa.

Para a execução do projeto de implantação, a TI do hospital realizou um levantamento dos processos e uma análise de aderência da ferramenta, e adaptou alguns de seus processos ao sistema. “O hospital mudará a forma de trabalhar para se adaptar à ferramenta, premissa que foi fundamental para o sucesso da implementação. É claro que esta decisão trouxe um back log grande de pendências, pois vivíamos no hospital um cenário que precisava de mudanças em seu sistema, com áreas bem assistidas pelo ERP e outras que sequer utilizavam ele”, ressalta Simão.

Há três anos operando com o Tasy, o hospital paulista passou a ter suas informações organizadas em um fluxo de dados e processos uniformes já parte para uma nova etapa em busca da sofisticação funcional. “Isso é usar efetivamente a tecnologia da informação como alicerce estratégico. Não dá pra pensar em estratégia se minha base de dados está podre, e este é um erro muito comum que vemos as organizações fazerem”, afirma.

O Samaritano trabalha na implantação de uma série de ferramentas que orbitam sobre sua base transacional, que efetivamente representam um diferencial estratégico. “É nesse momento que a TI efetivamente pode contribuir com a estratégia da organização ao invés de só ficar no registro do dado e seu controle”, finaliza o gerente de TI do hospital.

Por Guilherme Batimarchi para a revista FH

Saúde móvel apresenta oportunidades de mudança de vida

 De lembretes de medicação até sensores corporais. As soluções móveis se tornarão uma parte vital de nossas vidas e serviços de empresas. Previsõs apontam que esse mercado alcance US$ 4,6 bi até 2014


Quase todo dia achamos mais maneiras de usar smartphones para continuar em contato, achar lugares, jogar e comparar e comprar produtos. Ainda assim, dentro de três a cinco anos outras formas de utilizações de telefones levarão maiores mudanças de vida para muitos. Nossa saúde pode literalmente estar em nossas mãos. Além disso, mais CIOs se envolverão no que parece ser a próxima grande oportunidade de receita móvel: a saúde móvel.

Essas são algumas das descobertas de recente pesquisa Open Mobile com 250 executivos seniores de tecnologia móvel. Vários fatores tornam essa conclusão óbvia. A tecnologia móvel permite que pacientes fiquem com contato mais próximo e menos custoso com o profissional médico ou com sistemas de monitoramento remoto. Desde lembretes de medicações até sensores de corpo que permitem que os cuidadores forneçam diagnóstico mais rápido e preciso. As soluções móveis de saúde se tornarão uma parte mais vital de novas vidas e o serviço de muitas organizações.

A adoção de tecnologias móveis de saúde pode coincidir com a adoção do registro eletrônico de saúde (EHR), e pode acontecer mais rápido, especialmente se houver colaboração proativa entre provedores de saúde, telecomunicação e aplicativos.

Cerca de um em cada dois adultos tem um problema crônico de saúde. O gerenciamento de doenças crônicas conta por mais de 80% do total de despesas de saúde. Condições crônicas causam sete de cada dez mortes nos Estados Unidos. As três principais – câncer, acidente vascular cerebral e doença cardíaca – contam com mais da metade das mortes.

Estudos recentes mostram que o monitoramento remoto do paciente em tais condições pode salvar vidas e baixar custos. Um programa piloto de monitoramento remoto de paciente para insuficiência cardíaca congestiva (ICC) apresentou apenas 6% da taxa de readmissão hospitalar em comparação com a média nacional dos EUA, que é de 47%. Isso representa um grande benefício, levando em consideração que o ICC conta com 27% dos pacientes Medicare que voltam aos hospitais dentro de 30 dias. Outros estudos pilotos usando a saúde móvel mostraram 72% de redução na média do número de visitas ao departamento de emergência, e 65% de redução em admissões em hospitais de uma forma geral.

Outros fatores estão acelerando a adoção de soluções móveis e sem fio. Os custos em saúde nos Estados Unidos são maiores do que qualquer outra nação desenvolvida, prejudicando os indivíduos, a indústria e os empregadores que oferecem cobertura. Os executivos exigem melhor cuidado, ainda assim há uma escassez crônicas de médicos, especialmente em áreas especializadas como a geriatria.

Nesse meio tempo, mais e mais pessoas transformam os telefones móveis e tablets numa parte de seu cotidiano. Consumidores americanos de todas as idades questionados em uma recente pesquisa sobre se gostariam de dispositivos de automonitoramento que remotamente enviam informações para seus pacientes, 61% responderam que sim. Quando questionados se gostariam de usar PDAs ou smartphones para acessarem seus registros médicos e outras informações de saúde, a resposta variou conforme a idade: apenas 27% dos mais velhos se mostram interessados e 72% da geração Y (nascidos entre 1981 e 1992) responderam estar de alguma forma inclinados a utilizar se tivessem a oportunidade.

Conforme as pessoas passam a se informar, ficam mais proativas e também ficam mais acostumadas com a onipresença móvel para opções de prevenção e tratamento. Esperem ver mais aplicativos customizados para agendamentos de consultas, alertas de saúde, retorno e comparações de tratamentos. Os exemplos recentes incluem:

- Alta para pacientes usando dispositivos móveis para visualizar o plano de saúde e os exames laboratoriais;
- Grávidas usando telefones móveis para conseguirem informações personalizadas de seu provedores de saúde; e
- Viciados em drogas em recuperação usando seus smartphones ou tablets para conversarem com seus padrinhos quando estiverem vulneráveis, registrar seu progresso ou entrar em contato com centro de tratamento.

Valor móvel
Os analistas preveem que esse mercado alcance cerca de US$ 4,6 bilhões no começo de 2014. Algumas organizações médicas e científicas já forjam alianças. O consórcio Open mHealth, por exemplo, está criando um ecossistema para avançar a tecnologia. A Continua Health Alliance trabalha em soluções de interoperabilidade. Tais colaborações estimulam a inovação, mais competidores se envolvem tanto em criar quando vender plataformas ou com a obrigatoriedade das normas de saúde de melhor cuidado a menor custo que essas soluções podem proporcionar.

Ainda assim, a inovação de saúde ganhará espaço quando dois obstáculos forem transpostos.

Primeiro, maiores testes devem ser conduzidos para avaliar o nível de melhoria de cuidado economia. Os experimentos globais com apoio da mHealth Alliance e outros podem acelerar esse estudo.

Segundo, os diversos competidores em campo – especialmente organizadores de saúde, fornecedores de telecomunicação e desenvolvedores de apps – devem trabalhar juntos em mandatos legais e restrições, integração de sistemas e pesquisas centradas no paciente para baixar os custos.

Conforme mais competidores forem convencidos das melhorias que a saúde móvel pode trazer, o mercado crescerá mais rápido e o preço baixará. Não é uma questão de se, e sim quando.

Fonte: InformationWeek EUA | Eric Openshaw e Phil Asmundson
Tradução: Alba Milena, especial para a Saúde Web