sábado, 24 de março de 2012

Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho da Faculdade dos Guararapes.

Alerta: proteção dos dados e da credibilidade na Saúde


PwC realiza pequisa e identifica que 51% de presidentes e diretores de empresas nacionais não adotam processos para verificar ameaças à informação. Especialistas alertam o perigo para o segmento da Saúde.


A sexta edição da “Pesquisa Global sobre Crimes Econômicos”, elaborada pela PwC e apresentada em fevereiro de 2012, revela que, do universo de empresas brasileiras entrevistadas, nada menos do que 32% manifestaram ter sofrido algum tipo de crime digital em 2011. O indicativo doméstico está razoavelmente acima da média do resto do planeta, posicionada na ordem de 23%, demonstrando bem o grau de vulnerabilidade a que as organizações locais estão expostas quando o assunto é segurança da informação – a vitimização manifestada por quase um terço dos respondentes é autoexplicativa.

Pior é o relato, constatado pelo mesmo estudo, de que os crimes eletrônicos são o segundo principal delito sofrido pelas empresas nacionais, depois de roubos de ativos. Esse indicativo oferece uma importante mensuração a respeito de quanto proteger a informação significa um elemento central para a vida das empresas. Na Saúde, contudo, essa preocupação deve (ou pelo menos deveria) ser elevada à máxima potência. Afinal, o que será da credibilidade de um hospital e quais podem ser os efeitos sobre seu faturamento se “vazar” alguma informação de um paciente ou da fatura pelos serviços médicos prestados? Certamente as consequências serão catastróficas.

Parece incrível, mas esse risco ainda é subestimado por alguns administradores no Brasil. Para não centrar crítica restrita ao setor de Saúde: a mesma pesquisa da PwC informa que 51% dos ouvidos manifestaram que presidentes e diretores de empresas nacionais de diversos setores da economia “não adotaram processos para verificar ameaças” à informação, no ano passado. 

Alertas sobre os riscos potenciais não faltam. O noticiário é farto, diariamente, de exemplos de roubo ou mesmo de vazamento de informações armazenadas nos sistemas corporativos. Há todo o tipo de episódio: do furto de senhas bancárias ou desvio de pensões até a publicidade das informações íntimas de personalidades públicas. Claro que o choque e o estarrecimento diante de tais divulgações, no campo da Saúde, ainda prevalecem e ninguém considera essa prática admissível. O prontuário clínico é um ativo de propriedade do paciente, a guarda é de responsabilidade do serviço de saúde, como um fiel depositário, e as informações clínicas são sigilosas. 

Como também são as informações financeiras, de faturamento, de compras e de recursos humanos, que obviamente necessitam ser tratadas de forma confidencial e por colaboradores dotados de expertise e responsabilidade para acessá-las e administrá-las. Gerenciar de forma efetiva os acessos dos colaboradores às informações é, portanto, crucial. Quem já não viu, com alguma recorrência, um funcionário se desligar da instituição, mas sua senha de acesso aos sistemas corporativos não ser desabilitada?

Não se trata de estabelecer um Big Brother, mas as empresas têm o dever e a responsabilidade de saber o que seus colaboradores diretos, terceiros e temporários acessam e postam em redes sociais, via rede interna da empresa. Para aportar mais dificuldade a este desafio, é importante lembrar que os sistemas corporativos das instituições de saúde contam com níveis de acesso dos mais variados, indo desde o simples conhecimento dos dados cadastrais até resultado de exames, informações de prontuários e de valores de fatura. Com os recentes avanços da Tecnologia da Informação e Comunicação, temos hoje uma função a mais neste processo: o acesso remoto a informações clínicas, tanto de exames quanto do histórico do paciente. Como qualquer arquivo digital armazenado “nas nuvens”, também se cogita deixar acessível, em qualquer lugar, todos os dados do paciente. Isto traz um ganho enorme para o seguimento e tratamento do paciente, mas com certeza envolverá um risco à segurança dos dados que precisará ser monitorado e gerenciado de forma adequada.

Promover a gestão de acessos significa, dessa maneira, contar com tecnologia e infraestrutura que auxilie no desenho e gestão de acessos, com uma política de segurança muito bem definida, comunicada e monitorada.
O acesso envolve ainda entender e estabelecer a alçada de cada profissional e por qual motivo ele precisa obter ou prover determinada informação para o adequado andamento dos trabalhos. É aceitável, assim, que o acesso da informação seja hierarquizado, por meio do estabelecimento dos níveis de autoridade nos processos de aprovação de liberação de senhas e de informações. Definir, de forma precisa, os processos de trabalho da empresa e criar os papéis e perfis correspondentes específicos dentro dos sistemas corporativos são condicionantes desse sistema de gestão, tanto para concessão quanto para revogação de acessos.

Criar, implementar e monitorar a adoção desta política e os respectivos processos geram, por outro lado, benefícios imensos. Imediatamente, minimizam-se os riscos de acessos indevidos. Também preserva-se a integridade e o sigilo das informações. Outro impacto positivo está no registro dos acessos e rastreabilidade dos processos de trabalho.

No atual contexto de competitividade da área e de busca permanente por ganhos de produtividade, e sempre compreendendo que credibilidade é um requisito básico, cada vez mais as instituições de saúde terão de se preocupar com as suas informações, fruto da intensificação do uso de sistemas informatizados para operacionalizar os processos de trabalho. 

Criar a cultura de gestão de acessos dentro das instituições é fundamental para evitar fuga de informações e minimizar erros. Só que, para esse modelo seguir adiante e ser bem-sucedido, administradores e lideranças precisam se envolver. Se não pelos claros benefícios, pelo enorme potencial de estragos.

*Leandro Gausmann,Consultor Sênior da PwC Brasil, e Dr. Carlos Suslik, Diretor da PwC Brasil, especialistas em consultoria em gestão no setor de Saúde

Pixeon desenvolve estações de diagnóstico gestuais


Interação Homem Máquina, teleradiologia e computação em nuvem são as apostas para o futuro da catarinense, que pretende crescer 50% este ano no País 


A participação de 24% da Intel no capital da brasileira Pixeon e a captação de R$ 3 milhões para o desenvolvimentos de novas soluções para os próximos anos foram dois aspectos fundamentais para a consolidação da estratégia de crescimento da Empresa. Este ano, a catarinense pretende crescer 50% no Brasil – tendo faturado mais de R$ 5 milhões em 2011-, e atingir até 15% de seu faturamento, nos próximos cinco anos, com atuação na América Latina.
A área comercial sofreu incremento após aporte da Intel, contando, atualmente, com 15 profissionais de vendas, e três objetivos foram traçados:
- melhorar a gestão corporativa da empresa;
-acelerar o crescimento da empresa através de investimentos na estrutura comercial;
-crescer na América Latina

Olhando para o futuro
Teleradiologia, Interação Homem Máquina e Computação em Nuvem são as apostas futuras da companhia.

Interação Homem Máquina
Para o executivo, a forma como o médico trabalha hoje nas estações diagnósticas vai mudar. “Vi em fóruns americanos que um dos desejos dos médicos é poder trabalhar mais com as mãos, mudando a forma de interagir”, diz Peixoto.
Dessa forma, a Pixeon está analisando a possibilidade de desenvolver estações de diagnóstico “gestuais”, para, não mais, o radiologista ter de trabalhar com teclados. O CEO afirma que já possui projetos aprovados nesta área.
Teleradiologia
A Pixeon possui, em andamento, um projeto com a universidade PUC do Rio Grande do Sul, financiando pelo Finep, para montar um sistema de teleultrassonografia nos municípios periféricos da capital.
“O objetivo é promover um atendimento de qualidade para a população do interior sem haver a necessidade de deslocamento para os grandes centros”, explica o CEO da empresa, Fernando Peixoto.

Computação em Nuvem
Objetivo da companhia no longo prazo é facilitar o processo de implantação do sistema PACS e seu gerenciamento na nuvem, já que o Brasil possui grandes problemas de infraestrutura.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Veja novidades da nova TISS versão 3.0

Nova versão traz algumas novidades, entre elas a rastreabilidade das faturas eletrônicas e a inclusão das terminologias em saúde e seus códigos unificados nas guias

A Comissão de Estudo Técnico TISS realizou a terceira edição do Implanta TISS – TUSS, na última segunda-feira (19), em São Paulo. O tema central do evento foi a nova versão da TISS, a de número 3.0, que deverá ser lançada no final de abril, segundo o gerente geral de Integração Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Antonio Carlos Endrigo. 


A nova versão traz algumas novidades, entre elas a rastreabilidade das faturas eletrônicas – que permitirá aos prestadores identificar as guias pagas e as glosadas – e a inclusão das terminologias em saúde e seus códigos unificados nas guias. 


A ANS publicará uma Resolução Normativa disponibilizando a versão 3.0 da TISS, além de definir prazos para adequação às novas regras. A partir da nova versão e da validação da futura resolução, todas as guias trocadas entre prestadores e operadoras de planos de saúde deverão ser enviadas para a agência. 


Outra medida será a realização de oficinas de treinamento sobre o novo programa, desta vez com especial enfoque nas empresas de tecnologia envolvidas no processo de transferência de dados. 


Para o representante da Orizon, Sérgio Santos, a versão 3.0 deve ser mais atrativa, porque traz mais benefícios às instituições. Segundo ele, a possibilidade de rastreabilidade das guias é um forte argumento para que o mercado adote rapidamente a nova versão. 


TUSS

Até o momento, às vésperas do lançamento, Terminologia Unificada da Saúde Suplementar conta com 108.378 termos codificados. Segundo Antonio Carlos Endrigo, a agência ainda não sabe se vai conseguir lançar a nova versão contemplando todos os códigos, ou se terá que deixar de fora os materiais, as órteses e as próteses. A dificuldade, segundo ele, é a diversidade de fornecedores de cada produto, as combinações possíveis entre os tipos de produtos e a relação desses códigos com a precificação.


Fonte: Com informações do Sindhosp

quinta-feira, 22 de março de 2012

Pixeon lança nova versão de PACS nesta quinta.

Com a tecnologia, a catarinense elimina uma etapa do processamento de imagens, reduzindo o tempo em até 10 vezes e, conseqüentemente, o custo.


“O impacto financeiro disso é grande. Essa diminuição de tempo é inédita no mercado em termos de PACS”, diz Peixoto, CEO da Pixeon.

A catarinense Pixeon lança nesta quinta-feira (22) a terceira versão do software PACS, batizado de Aurora 3.0. De acordo com o CEO da empresa, Fernando Peixoto, este é o único PACS do mercado que não precisa fazer transferência de imagens multi-slices para o servidor e depois para as estações diagnósticas. Segundo o executivo, o processamento das imagens já é realizado diretamente no servidor, o que elimina tempo e custo. 

“Hoje a reconstrução da imagem dos concorrentes normalmente está na estação diagnóstica. O custo do hardware na ponta é muito maior. Essa tecnologia não tem mais o segundo passo. Esse tempo de processamento que oscilava entre 30 segundos a um minuto e meio, agora, se transforma 5 segundos por exame”, enfatiza Peixoto. 

Atualmente, entre dois a três dias úteis de um radiologista por mês é gasto com a espera da chegada de tomografias multi-slices, levando em conta que cada equipamento faz, em média, 60 exames por dia e o profissional espera cerca de um minuto para o processamento. 

“O impacto financeiro disso é grande. Essa diminuição de tempo é inédita no mercado em termos de PACS”, diz Peixoto. 

A versão 3.0 traz como principais destaques, os módulos Arya, que consiste em uma ferramenta de interpretação mais performática que a anterior; Fluens, que reconstrói imagens em tempo real, permitindo centralizar e melhorar o gerenciamento e a administração de dados; e Lumine, onde o diagnóstico assistido por computador – CAD Pulmonar, no caso da Piexeon -, oferece uma segunda opinião digital ao radiologista. 

Os clientes que já são da Pixeon e possuem tais soluções têm direito à atualização dos softwares de forma gratuita. 

Por Verena Souza.

Por que a consumerização nem sempre funciona na área de saúde?


Problemas de segurança e exibição dificultam a vida de médicos que querem usar seus próprios tablets ou smartphones no trabalho

 
Médicos adoram seus dispositivos móveis e estão, cada vez mais, demandando áreas de TI a conectarem iPads e iPhones aos sistemas de clínicas e hospitais. Mas o movimento “traga seu próprio aparelho” (Bring Your Device, BYOD, na sigla em inglês) tem seu lado negativo.

Em uma recente conversa com Mike Restuccia, CIO e VP do Penn Medicine – grupo formado por 3 hospitais e cerca de 2.200 médicos – discutimos duas preocupações: fraca qualidade de imagens e segurança.

O Penn usa o Epic Sunrise Clinical Manager no ambulatório. Quando o programa aparece em um desktop em uma estação de enfermaria, todos os dados são exibidos na tela, sem necessidade de rolagem ou dados escondidos. Quando se usa o Epic no iPad, “os dados não se encaixam na tela, é preciso rolagem e busca”.
Médicos podem deixar passar dados críticos sobre pacientes que são exibidos no canto direito da tela no desktop, mas que não aparecem na visão geral do iPad, disse ele. Isso coloca pacientes em risco se, por exemplo, esses dados forem uma lista de alergias.

Segurança é mais uma preocupação. “Oferecemos suporte a qualquer dispositivo, desde que ele esteja de acordo com nossas especificações de segurança – e com os padrões HIPAA”, explica Restuccia. Se um médico quiser trazer seu próprio dispositivo para o sistema do Penn, ele “está absolutamente proibido” de ter dados de pacientes nele, disse ele. Pense em thin-client aqui, o que significa, é claro, que o médico não poderia rodar qualquer aplicativo na máquina em si.

A política se aplica apenas a BYOD. O Penn tem diversos iPads próprios disponibilizados para os médicos. Dados de pacientes são permitidos nesses tablets porque eles têm ferramentas de gerenciamento que permitem que a TI localize e rastreie os dispositivos e, se necessário, apague dados remotamente.

Durante a conferência HIMSS, há algumas semanas, conversei com dois fornecedores de segurança móvel que trabalham com provedores de serviços de saúde: Boxtone e Absolute.

A Boxtone garante que existem vantagens em permitir que os médicos tenham dados de pacientes em seus dispositivos – com o software de segurança adequado instalado – porque configurar um dispositivo móvel assim também permite que o médico mantenha o acesso a todos os aplicativos ele normalmente teria em seu dispositivo, incluindo qualquer aplicativo médico terceirizado importante.

O que significa que ele poderia instalar o aplicativo Physicians’ Desk Reference para ficar em dia com indicações de novas drogas e seus efeitos colaterais, por exemplo, ou assinar o UpToDate, o respeitável banco de dados e ferramenta de busca médica, que pode melhorar, significativamente a qualidade de diagnósticos e tratamentos.

A plataforma de segurança da Boxtone permite que provedores de serviços de saúde configurem suas próprias políticas e procedimentos para dispositivos móveis. Oferece proteção nativa de dados, incluindo criptografia completa, senhas obrigatórias e criptografia via VPN ou WiFi. O serviço permite, também, optar por tempo de uso do dispositivo antes de pedir novamente a senha de acesso.

A plataforma também inclui a função de apagamento remoto, embora a função apague absolutamente todos os dados do dispositivo, incluindo dados pessoais do usuário, como fotos e contatos. Joel Weinshank, diretor sênior de marketing da Boxtone, disse que a empresa irá apresentar, em breve, a mesma função com opção seletiva.

Da mesma forma, a Absolute Software oferece serviços de segurança para dispositivos móveis. Além das capacidades de apagar dados remotamente, a Absolute usa a tecnologia LoJack, famosa por sua habilidade de localizar carros roubados. A Absolute instala a tecnologia em laptops, smartphones e tablets e pode localizar dispositivos roubados pela Internet usando chaves de captura, registros e escaneamento de arquivos. Uma vez localizado, a empresa trabalha com órgãos de defesa pública para recuperá-los. A plataforma Absolute Manage MDM também oferece garantia contra hackers, já que configura senhas longas e complexas e pode desabilitar, remotamente, a câmera de um dispositivo.

Assim sendo, dispositivos móveis pessoais podem ser usados em ambientes médicos? Depende da política de BYOD, do tipo de software de gerenciamento de dispositivo usado e quanto os médicos estão dispostos a sacrificar dados pessoais caso percam o aparelho.

Fonte: InformationWeek EUA; replicada pela InformatioWeek Brasi

Desafios para equilibrar gestão hospitalar e saúde do paciente


Para o blogueiro, na medida em que a medicina segue o caminho inevitável da socialização, médicos gradativamente perdem seu poder decisório

 
Dizem que médicos não são bons administradores. Sabem tratar de pacientes e doenças, mas quando precisam negociar honorários, tabelas, vencimentos, pacotes hospitalares deixam muito a desejar. Existem exceções, mas em regra, médicos preocupam-se muito mais com a saúde dos pacientes do que com os custos para mantê-la. O risco deste comportamento é que a gestão da saúde, se não for muito bem controlada, pode ser deficitária. A profissionalização da administração, com o intuito de viabilizar o sistema, foi uma exigência quase que formal, porém esbarrou em um problema de sensibilidade.

Produtos podem ser gerenciados de maneira fria e matemática, pacientes não. Médicos não conseguem e não podem trabalhar sem envolvimento emocional, compaixão pelo sofrimento e obstinação pela cura.  Imagine como seria se algumas manobras comerciais realizadas por empresários e absorvidas passivamente pelos consumidores, fossem utilizadas também a nível médico-paciente.

Precisei comprar um refrigerador novo. Fui a uma loja, escolhi o modelo e no momento de efetivar a compra, o vendedor ofereceu uma extensão da garantia do produto contra defeitos de fabricação. Por um pequeno valor a ser adicionado, ao invés de um ano de garantia, a loja me ofereceria mais 12 meses de tranqüilidade e segurança.

Reflexão

Se o fabricante oferece apenas um ano de garantia para um aparelho que fica encostado em um canto com função exclusiva de resfriar alimentos e bebidas, quanto tempo um cirurgião pode oferecer de garantia pelo seu serviço a um paciente que tem pensamento e atitudes próprias?   O fato da cirurgia (serviço realizado pelo cirurgião) ter sido um sucesso, não é garantia de ótimo resultado.

Morbidades podem surgir se o paciente fumar, realizar esforços físicos exagerados, não obedecer instruções médicas ou até mesmo devido a reações inesperadas do organismo.  Ainda assim o cirurgião sente-se responsável pelo resultado e mantêm seus cuidados até solucionar o problema.  Eletrodomésticos têm garantia somente para defeitos de fabricação, mau uso não está coberto pelo seguro. Descuidar da saúde também pode ser considerado mau uso do organismo?

Comprei um automóvel novo. Dentre as muitas recomendações ao proprietário, uma  destacava-se, frisada em negrito. A revisão dos 10, 20 e 30 mil kilometros deve ser realizada nas concessionárias sob pena de perda da garantia do veículo.

Reflexão:

Se o fabricante de automóveis oferece garantia de seu produto condicionada a revisões periódicas por empresas credenciadas, por que o plano de saúde não pode oferecer cobertura apenas se o contribuinte realizar exames preventivos de rotina, solicitados de acordo com o sexo, idade, profissão, patologias prévias?

Antes de sair da loja, o vendedor ofereceu um seguro contra roubo e acidentes. Por um valor equivalente a dez por cento do valor do automóvel, tanto meu carro como o de terceiros teriam ressarcimento em caso de alguma eventualidade. Danos pessoais também teriam coberturas específicas. Haveria um desconto progressivo no valor a ser cobrado, de acordo com os cuidados anti-roubo instalados no veículo  e também a não ocorrência de acidentes durante o período segurado – bom motorista. 

Reflexão

Planos de saúde, à semelhança de seguradoras de automóveis, oferecem cobertura para eventualidades médicas. Por que acidentes automobilísticos onde o segurado comprovadamente conduzir o veículo alcoolizado (mau motorista), não podem cancelar automaticamente os seguros do carro e médico-hospitalar, sem direito à indenização?

Pacientes não podem ser confundidos com objetos ou números. Uma visão empresarial, focada no lucro e em metas admite propostas isentas de envolvimento humano, porém médicos não foram treinados e não conseguem trabalhar desta maneira. Algo vai mal.

Na medida em que a medicina segue o caminho inevitável da socialização, médicos gradativamente perdem seu poder decisório e auditores passam a determinar número e intervalo de  consultas mensais, período de internação, material a ser utilizado nos procedimentos, exames complementares necessários ou supérfluos e até mesmo indicação de cirurgias.

A gestão das contas encontra-se em situação estável e em saúde perfeita. Médicos  disputam empregos, executam protocolos e retiram seus salários no final do mês.  Enquanto isto, a saúde dos pacientes…Parece ficção científica, mas não é. Infelizmente.

Por Lido Meyer.