quarta-feira, 27 de março de 2013

Telefônica Vivo e FMUSP se unem por e-health

Depois de adquirir a Axismed, empresa de gestão da saúde populacional, a Telefónica - agora com a USP - avança ainda mais no setor e aproveitará a aliança para lançar produtos.



Em mais um passo para fortalecer a presença no setor de saúde brasileiro, a Telefônica Vivo anunciou na última quarta-feira (20/03) parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Na aliança, a universidade entrará com o conteúdo acadêmico e a multinacional oferecerá conectividade para difundir o material para os estudantes da universidade e agentes da Atenção Primária ligados ao núcleo de Telessaúde, coordenado pela instituição. Em contrapartida, a multinacional testará sua tecnologia no modelo e também lançará produtos e serviços de e-health, que poderão ter o conteúdo em tecnologias embarcadas.

“Podemos embarcar conteúdos em nossas tecnologias como, por exemplo, o produto que estamos desenvolvendo como foco no Programa Saúde da Família”, afirmou o presidente do Grupo Telefonica no Brasil, Antonio Carlos Valente.

O conteúdo engloba artigos acadêmicos, infográficos e áudios. Além disso, a Telefónica terá acesso aos vídeos do Projeto Homem Virtual, programa de computação gráfica 3D composto por sequências dinâmicas tridimensionais da estrutura do corpo humano.

A princípio serão doados pela Telefônica Vivo à FMUSP 60 chips 3G Plus para tráfego de dados com isenção dos custos e que poderão ser utilizados durante um ano. A divisão ocorrerá da seguinte forma:

- 30 chips serão distribuídos para o programa de Atenção Primária, na região Oeste da capital paulista. O objetivo é que os estudantes e agentes de saúde ligados ao programa Telessaúde, que é coordenado pela universidade, possam ter acesso ao conteúdo acadêmico com rápida conexão e possam trabalhar na promoção e educação da população local.

- 15 chips serão voltados para um curso sobre Saúde do Idoso, voltado para médicos e enfermeiros, planejado para ocorrer em maio e terá duração de 18 meses.

- Os últimos 15, terão a área de emergência como foco. A ideia é uma parceria com a Secretaria de Segurança Pública para educar gestores a desenvolver medidas para a prevenção de acidentes de moto e atropelamentos. Esta ação está prevista para junho deste ano.

“Precisamos da criação de cases primeiro e depois partimos para a solução em escala”, diz o chefe da disciplina de Telemedicina da FMUSP, Chao Lung Wen.

Outra ação da parceria que Wen adiantou é o lançamento da Nuvem da Saúde, repositório que armazenará livros, artigos acadêmicos, simpósios, seminários e congressos. Neste caso, a operadora apoiará os estudantes e profissionais no acesso ao conteúdo, que poderá ser feito com tecnologia 3G por meio de dispositivos móveis. Está ação está planejada para abril.

Estratégia

Este é o segundo anúncio da multinacional para o setor de saúde em dois meses. No início de fevereiro, a multinacional adquiriu a Axismed, empresa com foco em gestão da saúde populacional, por meio da Telefónica Digital, braço global de inovações digitais.

A aquisição está diretamente ligada à estratégia da marca de crescer no setor de saúde. Com está ação, ela ganhou inserção no mercado corporativo (as empresas que compram plano de saúde para seus funcionários) e com as operadoras e seguradoras de saúde. A operação também possibilitará à marca difundir as soluções da Axismed para um mercado potencial de 90 milhões de pessoas.

Hoje a Telefónica Digital já tem algumas soluções focadas no setor de saúde, entre elas estão produtos para o agendamento de consultas e exames médicos, gestão de exames de imagem, acompanhamento e monitoramento de crônicos, atendimento e triagem de pacientes por via call center e uma solução para o Programa Saúde da Família (PSF).

Por: Maria Carolina Buriti

20 hospitais serão auditados no uso de OPMEs

Objetivo é descobrir o motivo de distorções que impactam o orçamento da saúde. Se comprovados abusos, o governo pretende tomar medidas para regular preços no mercado.



O Ministério da Saúde (MS) fará auditoria com foco em 20 grandes hospitais para apurar a suspeita de fraudes e superfaturamento na implantação de próteses e órteses em pacientes.

A decisão foi tomada após o Departamento Nacional de Auditorias do SUS (Denasus) com o objetivo de descobrir o motivo de distorções que impactam o orçamento da saúde pública e, principalmente, dos planos privados, além de verificar se as cirurgias cobradas têm sido, de fato, realizadas. Se irregularidades forem comprovadas, o Denasus poderá tomar medidas como a solicitação de ressarcimento do recurso público utilizado indevidamente.

A investigação parte de indícios de irregularidades colhidos pelo ministério, a começar pelo excesso de procedimentos em hospitais. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, conforme a unidade, de 54% a 99% das cirurgias são múltiplas ou sequenciais, ou seja, para aplicar mais de um item no corpo do paciente. É um percentual muito acima do parâmetro de 20%, conforme determinado em câmara técnica e publicado em portaria da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde. Além disso, tratam-se hospitais gerais, onde ocorrem procedimentos de diversas áreas, não só de cardiologia.

 
O Denasus identificou, ainda, que esses 20 hospitais onde haverá a atuação da força-tarefa – 19 não-públicos e um público – possuem número elevado de cirurgias múltiplas, cirurgias em politraumatizados e cirurgias sequenciais nas áreas de cardiologia e traumato-ortopedia. Ou seja, alto índice de cirurgias em que mais de uma prótese ou órtese é implantada em um paciente. A lista não foi divulgada até o momento. 

Normas

Os auditores vão checar se os hospitais cumpriram regras como registrar o número da prótese ou órtese no prontuário dos pacientes. Para comprovar a implantação, também é obrigatório armazenar exames de imagem feitos antes e após a cirurgia.

De acordo com o Estado, os trabalhos vão ser feitos em 60 dias pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), em parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Outro foco são as disparidades nos valores praticados pelas empresas. Os fabricantes têm de registrar preços de referência na Anvisa, que aprova os produtos. Porém, não há limitação quanto ao valor cobrado no mercado. Segundo Padilha, o hospital cobra do plano de saúde, às vezes, o dobro do registrado na tabela da agência.

A auditoria tentará identificar eventuais causas das variações, como a baixa concorrência em alguns setores, ganhos exorbitantes na cadeia entre o produtor e o hospital e, possivelmente, a formação de monopólios, o que motivaria processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça.

A implantação de órteses e próteses, somadas às despesas com material, internação e cirurgia, custaram aos planos de saúde nada menos que R$ 36 bilhões em 2012, conforme a ANS. O montante é bem inferior no SUS, apesar da clientela imensamente maior. Segundo Padilha, o ministério gastou R$ 1,059 bilhão no ano passado, sendo 88% do valor (R$ 941,3 milhões) referente a procedimentos ortopédicos e cardíacos. Não por acaso, a auditoria pretende focar essas duas especialidades. A aplicação é muito comum em pacientes politraumatizados ou com problemas coronarianos.

Na terminologia do Ministério da Saúde, todos cabem na sigla OPMEs (órteses, próteses e materiais especiais). A aprovação, conforme critérios de qualidade, é feita no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O QUE SÃO PRÓTESES – São componentes artificiais utilizados para substituir segmentos ou partes de segmentos corporais perdidos por amputações de origem traumática ou não. Após a amputação, a utilização de uma prótese oferece uma imagem corporal normal, ajudando o indivíduo a desenvolver maior confiança e habilidade física, melhorando, assim, sua qualidade de vida.

O QUE SÃO ÓRTESES – São dispositivos aplicados externamente ao corpo para modificar as características estruturais ou funcionais do sistema neuromusculoesquelético, podendo ser utilizadas para estabilizar ou imobilizar, impedir ou corrigir deformidades, proteger contra lesões, facilitar a higienização, o posicionamento e assistir a função dos membros superiores, inferiores e tronco, decorrentes de lesões, doenças, alterações congênitas ou condições ligadas ao processo do envelhecimento.

Por Saúde Web.

Curso: As Responsabilidades do Preposto Judicial.


terça-feira, 26 de março de 2013

Laudo de qualquer lugar é aposta da Orion Digital

Sistema CardioCloud, com foco em clínicas e consultórios, entrega laudos via web, os armazena na nuvem, e facilita a rotina do médico.


Gerenciar informações clínicas e administrativas remotamente tem sido a atual solução tecnológica para a rotina dos médicos que, muitas vezes, correm entre consultórios, hospitais e universidades. Apresentados a esse tipo de demanda, mais especificamente do ramo da cardiologia, a Orion Digital desenvolveu o sistema CardioCloud, que opera na nuvem (cloud computing), direcionado a clínicas e consultórios. 

Conhecida no mercado pelos serviços de digitalização de prontuários e softwares de gestão hospitalar, a companhia com foco em saúde – braço da Orion Integração – acrescentou um módulo de laudos às funcionalidades de atendimento e administração de seu sistema. 

Parceiro no desenvolvimento do projeto, o renomado cardiologista Wilson Mathias Júnior apresentou à Orion as necessidades dos médicos da área dizendo que, por exemplo, é normal que os pacientes liguem quando há alguma dúvida ou problema, no entanto, ele, muitas vezes, não lembra do caso, nem da medicação prescrita, entre outros detalhes. 

Diante disso, com investimento acima de R$ 1 milhão em pesquisa, desenvolvimento e profissionais especializados chegou-se em uma solução que integra exames de imagens, com captura em tempo real diretamente do equipamento médico e armazenamento dos dados em sistema cloud computing.

“O médico pode acessar essas informações de qualquer lugar, do seu computador, iPad ou celular”, explica o diretor comercial da Orion Digital, Danilo Pellegrino.

Para garantir a segurança das informações armazenadas em nuvem, a Orion Digital optou pela Terremark, empresa do grupo Verizon, que disponibiliza mais de 50 data centers, 10 operadoras via satélite e micro-ondas e único NAP (Proteção de Acesso à Rede) do Brasil.

Longo prazo 

Estrategicamente a companhia investe mais fortemente no varejo, ou seja, em instituições de pequeno e médio porte para diferenciar-se de grandes empresas de software como MV e Wheb Sistemas. No entanto, qualquer prestador de saúde – seja hospital, clínica ou laboratório -, que tenha interesse em terceirizar o serviço de laudos ou até ter acesso a uma segunda opinião pode vir a ser cliente. 

Pellegrino informa que a funcionalidade para a segunda opinião passa por adequações de estrutura e em breve será disponibilizado no CardioCloud. 

Com o módulo de laudos acrescido em suas soluções, a empresa passa a concorrer diretamente com a líder no ramo Medware Sistemas Médicos, dona do Medware Cardioloogia+, sistema de gerenciamento de clínicas e consultórios para cardiologia, com cerca de 90% de market share. 

Mas o executivo acredita que gradativamente o CardioCloud fará frente a essa força e o aspecto inovador da nuvem e do serviço de segunda opinião médica serão os propulsores. Atualmente com uma equipe de quatro médicos, o tempo máximo para que um laudo seja entregue é de 72 horas. Entretanto com o amadurecimento no mercado, esse tempo deve se tornar cada vez menor e, segundo Pellegrino, outras áreas, além da cardiologia, devem ser contempladas.

O preço médio para um laudo de exames como ecocardiograma, eletrocardiograma e ultrassom varia entre R$ 150 a R$ 250 e o serviço pode ser contratado por pacotes ou avulso. 

Por Verena Souza.

segunda-feira, 25 de março de 2013

sábado, 23 de março de 2013

SAP, Siemens e Atos criam sistema para serialização de medicamentos

Ferramenta permite que seja feita uma rastreabilidade desde o fabricante até o distribuidor final do medicamento, posibilitando que fraudes e falsificações sejam evitadas.


Com o objetivo de permitir que a indústria consiga se adequar à Lei 11.903, que cria o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos e visa monitorar todo medicamento produzido, dispensado e vendido no Brasil, as empresas Atos, Siemens e SAP desenvolveram uma solução para a serialização de produtos.

De acordo com o responsável pela área de SAP da Atos, Fernando Simões, esse sistema permite que seja feita uma rastreabilidade desde o fabricante até o distribuidor final. “A lei está em tramitação no Congresso Nacional e vai trazer em breve a necessidade de serialização de medicamentos”.

Simões conta que a solução possibilita que seja criado um RG para o medicamento na própria embalagem do produto. “Desta forma é possível manter as informações de por onde passou aquele medicamento, onde foi fabricado, quando e para quem foi vendido”.

Além disso, o executivo explica que é possível evitar roubos e falsificações de medicamentos. “Com esse sistema, será possível trazer mais segurança para o consumidor, os fabricantes ficarão mais tranquilos e o País pode ter um aumento na arrecadação de impostos”.

Como fruto de uma parceria de três empresas que atuam no desenvolvimento de soluções para o setor da saúde, o sistema conta com a expertise de cada marca em uma etapa diferente do processo.

A primeira fase do procedimento é o de aplicação do código na embalagem. Simões diz que a participação da Siemens está mais próxima do chão de fábrica.

Já na segunda fase, foi utilizada uma maior participação da Atos, no nível de intermediação do controle da produção do lote que está em execução naquele momento.

A próxima etapa conta com uma atuação mais expressiva da SAP, em que é possível ter um controle macro do que aconteceu no processo.

Segundo Simões, a ferramenta foi produzida pensando em proporcionar interoperabilidade. “O sistema possibilita integração com os sistemas que o cliente já possui”.

Simões acredita que as definições da Lei 11.903 sejam divulgadas no segundo semestre de 2012.

Por Cínthya Dávila

SAP e T-Systems fecham parceria para Saúde

Foco do acordo são soluções oferecidas em nuvem, no modelo de software como serviço;com a aliança, a T-Systems se torna o primeiro parceiro SAP para o setor.

A SAP Brasil e a T-Systems do Brasil assinaram um contrato de terceirização de infraestrutura de tecnologia para o segmento de saúde. O objetivo é oferecer as soluções do SAP Health Care na nuvem, no modelo SaaS (sigla em inglês para Software como Serviço). Com a aliança, a T-Systems se torna o primeiro parceiro SAP para o setor de Saúde, o que engloba o serviço de licenças, implementação, infraestrutura, suporte e manutenção, baseados nos softwares de Gestão Empresarial (ERP), Business Intelligence (BI) e Tecnologia de Computação em memória (SAP HANA).

A parceria faz parte da estratégia de especialização da SAP e, com ela, a T-Systems se habilita para a comercialização das soluções da SAP na área de healthcare, no modelo de nuvem. A T-Systems pretende oferecer serviços para hospitais, laboratórios, clínicas médicas, operadoras e seguradoras.
De acordo com as empresas, a nova solução traz funcionalidades específicas para o setor de saúde que farão a integração dos processos e o controle da gestão para atender às necessidades de toda a cadeia produtiva desse mercado. 

A alinça entre as empresas e a atuação como parceiro homologado global e local em alguns segmentos estratégicos, garante ao cliente final flexibilidade na aquisição de soluções SAP.
A oferta para o segmento de saúde é totalmente realizada por profissionais da T-Systems, e de acordo com a empresa envolve desde a consultoria até o suporte da operação com o cliente, oferecendo recursos de alta disponibilidade, redundância e segurança instalados data centers da T-Systems Brasil. 

Por Saúde Web.

A importância de analisar os riscos

Estudo verifica se a condução atual de seus negócios aponta ou não para uma conformidade entre atender às suas respectivas Propostas de Valor e aos referidos Valores de Sustentação


Em 2013, o Saúde Business School traz como parceiro a Fundação Som Cabral (FDC), que será responsável pelos fascículos mensais. O tema desta série é: A importância de uma análise de risco nas estratégias de crescimento das organizações. 


INTRODUÇÃO…

“A CONCEPÇÃO DO CONTROLE DO RISCO CONSTITUI UMA DAS IDEIAS CENTRAIS QUE DISTINGUEM OS TEMPOS MODERNOS DO PASSADO MAIS REMOTO”

O diagnóstico de Riscos em Assimetrias Estratégicas abordado nesta metodologia advém de prováveis conflitos que possam surgir entre o esforço empresarial em atender aos Valores de Clientes e um concomitante não atendimento aos Valores de Sustentação de Negócios. Tais conflitos estão muitas vezes presentes na gestão de negócios de algumas organizações.

Valores de Clientes, sabemos, são a base para se estruturar uma Proposta de Valor que significa o conjunto de benefícios que a empresa entrega para o seu cliente e/ou consumidor. Já o conceito de Valores de Sustentação de Negócios baseia-se no conjunto dos ambientes particulares dos clientes, dos fornecedores e das cadeias produtivas, todos somados ao próprio ambiente interno da organização.

Embora, em dado momento ou circunstâncias, a organização esteja obtendo bons resultados decorrentes do cumprimento de sua Proposta de Valor, ela poderá estar exposta (ou vir a estar) a determinados riscos advindos, por exemplo, de sua forte dependência de determinados clientes ou fornecedores atuais, ou de algumas ameaças detectáveis em uma ou mais das cadeias produtivas com as quais opera. Eles podem afetar suas pretendidas ou futuras intenções estratégicas de crescimento.
A esses riscos que acabamos de mencionar dá-se, na metodologia, o nome de Riscos Inerentes aos Negócios. Encontram-se presentes nas carteiras de clientes e de fornecedores, nas cadeias produtivas com as quais se opera e/ou dentro da própria organização. 

O que pretendemos nesse diagnóstico é verificar se a condução atual de seus negócios, em obediência às suas estratégias, aponta ou não para uma conformidade entre atender às suas respectivas Propostas de Valor e aos referidos Valores de Sustentação. À ausência dessa conformidade dá-se o nome de Assimetria Estratégica. A proposta desta metodologia é identificar o que aqui denominamos RISCOS INERENTES AOS NEGÓCIOS de uma ORGANIZAÇÃO.

Por Saúde Web.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Veja onde faltam e onde sobram médicos no Brasil

Confira as distorções na distribuição de médicos pelo País, especialmente presentes no interior dos estados.

O número de médicos em atividade em SP chegou a 110.473 em outubro de 2012, segundo revela o estudo lançado nesta segunda-feira (18), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília. 

Com taxa de 2,64 profissionais por 1.000 habitantes, o estado se posiciona acima da média nacional, ocupando o primeiro lugar em números absolutos de médicos registrados em todo o país (388.015) e o terceiro em termos proporcionais. Apesar disso, 46% destes profissionais se concentram na capital e somente 51% deles atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em São Paulo, também se destaca a desigualdade percebida entre a capital e os municípios do interior do Estado. Os dados divulgados mostram que 30.585.070 cidadãos, moradores de cidades interioranas, são assistidos por 59.733 médicos. Neste conjunto de municípios, a razão médico/habitante fica em 1,95. Por outro lado, os residentes na capital têm um índice de 4,48 médicos por 1.000 habitantes.

Nos dados de médicos do SUS, o estudo Demografia Médica faz ressalvas: há falhas na alimentação das bases e médicos em regimes de plantão e terceirizados podem não constar do cadastro nacional, subestimando o número de profissionais que trabalham no SUS. Além disso, a unidade “médico do SUS” é complexa, pois existem diferenciais de especialidade, produtividade, idade, gênero, número de vínculos e carga horária dedicada ao serviço.

Pelos registros do CNES, há razão é de 1,11 médico que atende SUS por 1.000 habitantes, contra uma razão de 2 por 1.000 para o conjunto dos profissionais registrados. “Para um sistema de saúde público e universal, mesmo diante das limitações das bases de dados do CNES, pode-se dizer que é insuficiente a presença de médicos no SUS”, aponta o levantamento.

ESPECIAL DEMOGRAFIA MÉDICA: 


Fonte: Todas as informações do especial são provenientes da pesquisa Demografia Médica no Brasil: Cenários e indicadores de distribuição, desenvolvida em parceria entre CFM e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)

Governo autoriza 314 vagas para concurso público da Anvisa


 

Governo autoriza 314 vagas para concurso público da Anvisa


 
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou ao Diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, nesta terça-feira (19/2), que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) autorizou a ampliação do número de vagas do concurso público da Agência de 165 para 314.

O novo número de vagas deve ser publicado, até o final do mês, no Diário Oficial da União (DOU), retificando a Portaria n. 584, de 4 de dezembro de 2012.

As vagas de nível superior serão distribuídas entre Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária, com remuneração inicial de R$ 10.019,20, e Analista Administrativo, com remuneração de R$ 9.263,20.

Candidatos com nível intermediário poderão concorrer a vagas para Técnico em Regulação e Vigilância Sanitária, com remuneração inicial de R$ 4.984,98, e vagas para Técnico Administrativo, com remuneração de R$ 4.760,18.

O edital do concurso deve ser publicado, no máximo, até o mês maio.

Fonte: Imprensa/Anvisa

Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco.

Palestra: Combate ao Comercio Clandestino de produtos Submetidos a Vigilância e Medicamentos sob Controle Especial:


Gestão Comercial em Saúde

Sobra Dinheiro e Falta Competência

Quando analisamos o volume de dinheiro destinado à saúde no Brasil e o resultado que o cliente (paciente) tem vem pergunta: temos competência para gerir o sistema de saúde ?

Acho que não … e me incluo na lista !

Quem passa pelo ‘impostômetro’ da Rua Boa Vista em São Paulo no final do ano vê que o Governo arrecada R$ 1,5 trilhão por ano em impostos e, pelo menos na teoria, 15 % disso deve estar destinado à saúde da população. 


A saúde mereceria mais que 15 % do orçamento, porque não existe nada mais valioso que a vida, mas mesmo assim, 15 % de R$ 1,5 trilhão significa poder gastar R$ 7.500 por ano com cada um dos 200 milhões de brasileiros – é muito dinheiro … mas muito dinheiro mesmo:
  • Qualquer operadora de planos de saúde no mundo cobraria muito menos que isso ‘por cabeça’ para cuidar de 200 milhões de pessoas.
 Mas o dinheiro que circula na saúde não é só este: a saúde suplementar arrecada ‘por baixo’ mais uns 60 bilhões (sem contar planos odontológicos):
  • Fora o que a população gasta com ‘dinheiro do bolso’ em medicamentos, médicos e clínicas particulares, dentistas, material ortopédico, ‘coisas que o convênio não cobre, etc. (no mínimo 10 % do seu orçamento pessoal);
  • Fora o que gastam milhares de empresas em programas de medicina ocupacional e preventiva para seus funcionários (medicina do trabalho é caro demais … quem já teve empresa ou trabalha em RH sabe disso);
  • Fora o que gastam milhares de entidades de classe subsidiando atendimento médico e odontológico, como o SESC, SESI, Sindicatos, etc.;
  • Fora o que gastam e doam milhares de empresas e pessoas para instituições filantrópicas;
  • E fora ‘mais um monte de receita’ que eu nem mesmo desconfio que seja direcionada para a saúde.
Todo este dinheiro e a população se sujeita a um resultado medíocre, tanto no atendimento SUS, quanto na Saúde Suplementar !
(*) toda vez que comento isso vem alguém e dá exemplos de bom atendimento:
  • No SUS, mas circulo no meio há mais de 20 anos e afirmo: casos com o HC de São Paulo, por exemplo, são exceção – a regra do atendimento SUS é horrível – ‘Deus’ me livre ter que ser atendido na maioria absoluta dos hospitais SUS que conheço;
  • Na Saúde Suplementar, mas também afirmo com toda a minha experiência: a maioria dos hospitais privados tem boa hotelaria … e só !
Não temos competência para consertar um sistema que está errado: baseado no que é feito e não no resultado que deveria dar. Não se remunera a ‘cura da doença’ – se remunera o que é feito para tratá-la (que varia caso a caso) e a hotelaria que se oferece (como se o doente privilegiasse ‘sofrer em um lugar bonito e confortável’ ao invés de ‘deixar de sofrer numa espelunca’).

Pagamos a mesma coisa por uma cirurgia bem feita ou mal feita, porque a tabela de preços não considera a diferença entre uma e outra – não temos padrões para medir o resultado de uma ou outra. Chegamos ao cúmulo de remunerar um parto onde mãe e filho falecem no ato cirúrgico, ou seja, ao invés de remunerar ‘um nascimento’ remuneramos ‘um duplo óbito’.

Vemos estudos e sinais de que o colapso do sistema é eminente, ‘um monte’ de ações paliativas para consertar um ou outro problema relacionado a remuneração, mas nenhum movimento para se mudar este sistema irracional. Enquanto o sistema consegue ir captando cada vez mais recursos para se financiar, vamos ajustando uma ou outra coisa – nenhum indicador de eficácia real do sistema para a população é estabelecido.

O sistema é tão ruim que não consegue agradar ninguém: governo, operadoras, prestadores de serviço, profissionais de saúde, população – ‘todo mundo’ reclama, ou que é mal remunerado, ou que é mal atendido, ou que paga caro por algo que deveria ser de graça e … todos tem razão !

Como é um sistema com foco no tratamento da doença e não no resultado que o cliente (paciente) necessita, privilegia a excelência da prestação do serviço e não a cura da doença. Por isso é cada vez mais caro: a lógica não é fazer mais com o mesmo dinheiro, é ter mais dinheiro para fazer mais.

Não existe nenhum segmento de mercado que tenha tanto dinheiro a disposição quanto o da saúde – não existe país que tenha proporcionalmente mais dinheiro que o Brasil para cuidar da saúde da população.

Se com tanto dinheiro o resultado é tão ruim, ou mudamos o sistema, ou mudamos todos os que estão fazendo sua gestão.

Como continuo confiando que existem pessoas brilhantes na gestão do sistema de saúde, até porque convivo com alguns deles, fico com a opção de mudar o sistema !

Por Enio Salu.

2iM chega para aprimorar avaliação de desempenho dos profissionais da Saúde

Com clientes como o 9 de Julho e Samaritano e uma criteriosa metodologia de geração de indicadores, a empresa lança-se em um mercado sedento por uma governança clínica mais eficiente.

Há pouco mais de dois anos, a Impacto Tecnologias Gerenciais em Saúde – com mais de duas décadas de mercado – iniciou o desenvolvimento de um projeto de pagamento por performance para o setor de Saúde que, mais tarde, concretizou-se no desmembramento da 2iM (Impacto Inteligência Médica), fortalecida pela parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). 

Com o subsídio do espaço físico e acesso facilitado a profissionais qualificados e a fontes de financiamento, a empresa – incubada pela Tecpar no início do ano passado – agora está pronta para fornecer aos gestores da Saúde informações qualificadas para avaliação de desempenho dos profissionais e para a tomada de decisões estratégicas. 

“Nosso negócio é agregar dados de diferentes sistemas. Não vamos desenvolver ERPs, nem prontuários eletrônicos, mas capturar os dados principais, por meio de um software, e gerar informações para a tomada de decisão”, explica o fundador e sócio majoritário da companhia, Cesar Abicalaffe. 

Depois de ter observado modelos praticados na Inglaterra e Estados Unidos, a 2iM chegou a uma metodologia apropriada ao Brasil, baseada em indicadores, centrados no paciente, que seguem quatro dimensões: Estrutura, que faz a captura sobre a formação do profissional como, por exemplo, se ele investe em atualização, se faz uso da TI, entre outros; Eficiência, mede a realização dos processos, aplicação de protocolos, adequação aos custos,etc; Efetividade, analisa taxas de mortalidade, infecção, permanência do paciente no hospital, entre outros desfechos clínicos; e Satisfação do cliente, sendo feita a coleta dos resultados de pesquisas de satisfação. O cruzamento de tais dados resulta no índice, de 0 a 100, de performance do profissional ou equipe, dependendo de que forma o gestor vai escolher avaliar. 

“Saímos do conceito de pagar por performance, até pela resistência médica, e percebemos que o que importa é avaliar o desempenho. Se você vai pagar por performance é uma prerrogativa do gestor. Agora ter uma boa governança clínica é obrigação dos hospitais”, ressalta Abicalaffe, completando que a solução, na verdade, é voltada para prestadores em geral – podendo ser aplicada individualmente, por especialidade, por equipe ou ainda para entidades públicas ou privadas que queiram avaliar sua rede de assistência, assim como em planos de saúde. 

A fim de avaliar o corpo clínico de uma forma criteriosa e objetiva, os hospitais 9 de Julho e Samaritano foram os primeiros a implantarem a solução da 2iM. De acordo com Abicalaffe, a ferramenta – que é compatível aos sistemas MV e Tasy – facilita a definição de critérios para contratação e efetivação dos profissionais. 

Os resultados decorrentes do cruzamento dos indicadores são abertos aos funcionários, para que sejam estimulados a acompanhar seu desempenho e melhorar os índices que estão abaixo do esperado. E o gestor passa a ter uma visão panorâmica da performance da instituição, sem ter que perder tempo, segundo o executivo, com os inúmeros relatórios que, muitas vezes, não são lidos.
O sócio-fundador está otimista em relação às oportunidades do mercado, uma vez que concorre basicamente com as soluções desenvolvidas internamente pelos prestadores que, segundo ele, geralmente não possuem uma metodologia tão precisa. 

Por  Verena Souza

III - Fórum de Direito Marítimo e do Petróleo.


quarta-feira, 20 de março de 2013

Registro Eletrônico de Medicamentos vai funcionar a partir de 15 de abril

Ferramenta deve reduzir em até 40% o tempo de análise dos pedidos. A meta é que todos os processos tramitem eletronicamente. Para isso, Anvisa contrata 314 novos servidores.

A Anvisa adotou um conjunto de medidas para modernizar a análise do registro de novos produtos e dar mais rapidez ao processo. Uma das novidades é a criação do Sistema de Registro Eletrônico de Medicamentos, que começará a funcionar em 15 de abril, e concentrará os pedidos de registros de novos medicamentos. A ferramenta reduzirá em até 40% o tempo de análise de cada pedido. A ideia é que, até o final do ano, todos os processos desse grupo tramitem eletronicamente.

 As ações, segundo a Agência, devem melhorar sua capacidade operacional, reduzir o tempo de aprovação de produtos, desburocratizar processos e eliminar custos para empresários, microempreendedores e agricultores familiares. As ações fazem parte da segunda fase do Contrato de Gestão pactuado com o Ministério da Saúde.

“Trata-se de um conjunto de mudanças para que as regras da Anvisa contribuam para a aceleração da inovação em saúde do Brasil e também na aceleração da renovação de registros e inspeção de fábricas”, explicou nesta segunda-feira (18/03) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Contratação

Outra ação que dará celeridade ao processo é a publicação de edital, nesta terça-feira (19/3), para a contratação de 314 novos servidores para a Anvisa. A medida dobra a capacidade da Agência para a inspeção de laboratórios e a análise de registro de medicamentos e produtos, insumos e produtos para a saúde.

“Ao pactuar novos prazos no Contrato de Gestão, nosso objetivo é o de melhorar a capacidade operacional da Agência; modernizar o marco regulatório sanitário; desburocratizar processos e focar nossas ações na gestão do risco sanitário, além de expandir a cooperação com as agências internacionais congêneres para evitar a duplicidade de inspeções em laboratórios”, explicou o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Uma das metas, por exemplo, é garantir que 100% dos processos de registros de medicamentos novos sejam avaliados por meio do registro eletrônico até o final de 2013.

O ministro da Saúde disse também que “o contrato pactuado tem como meta principal reduzir o prazo final de registro para até seis meses para o que for produto de inovação tecnológica e estratégico para o SUS, como medicamentos para hipertensão, diabetes e oncológicos”, afirmou.

Atualmente esse prazo é de nove meses, em média. “A redução para seis meses está compatível com o tempo de análise praticado pelas agências congêneres internacionais, como o FDA, dos Estados Unidos”, afirmou o órgão em comunicado. 

Ainda está em estudo a reformulação na legislação atual – Decreto nº 74.094/77 – para simplificar e desburocratizar os procedimentos de registros de produtos da Anvisa, como medicamentos e insumos farmacêuticos, entre outros produtos. As alterações na legislação poderão ocorrer por meio de Projeto de Lei (PL) ou Medida Provisória.

Entre as propostas, está a permissão para que Anvisa reconheça auditorias e inspeções internacionais realizadas por outras agências e organismos certificadores. Isso poderia reduzir em cerca de 70% as 600 inspeções anualmente realizadas pela Anvisa em outros países, sem criar fragilidade sanitária.

Fonte: Com informações da Anvisa

Hospital Santa Isabel implanta Atestado Médico Digital

Solução visa acabar com atestados falsificados. Até então a cada três emitidos, um era falsificado. Intenção é estender a tecnologia para as 39 instituições administradas pela Santa Casa.

O Hospital Santa Isabel, instituição da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, implantou no último dia 13 de março, em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), o Atestado Médico Digital. O novo método tem como objetivo acabar com atestados médicos vendidos em praças públicas com o nome da Instituição e de seu Corpo Clínico. “Essa tecnologia resolve o problema da veracidade dos atestados emitidos e deixa de expor os médicos e pacientes a essa situação”, discursou o presidente da APM, Florisval Meinão. 

 Após a implantação do Atestado Médico Digital no Hospital Santa Isabel, a intenção é estender gradativamente a todas as 39 instituições que a Santa Casa de São Paulo administra. De acordo com dados do Hospital Santa Isabel, até então, a cada três atestados emitidos, um era falsificado. 

Para a validação, o sistema digitalizado usa um código de segurança inviolável. Além de seguro, o novo sistema acaba com a burocracia da validação, vez que não há mais a necessidade de reconhecimento em cartório e ligações telefônicas entre empresa e hospital: basta entrar no site da APM e digitar os dados no atestado impresso para constatar sua veracidade.

Hospital Santa Isabel – Unidades Jaguaribe e Veridiana



Inaugurado em maio de 1972, o Hospital Santa Isabel atende exclusivamente a pacientes de convênios e particulares.

O Hospital recebe em torno de 83 mil pessoas por ano em seu Pronto-socorro, realiza 7 mil internações e 7 mil cirurgias, além de 80 mil atendimentos ambulatoriais, alcançando o nível dos melhores hospitais do país.

Por Saúde Web

Balestrin relata a desorganização da gestão hospitalar

À frente do programa de afiliados da Anahp, cujo objetivo é elevar a qualidade assistencial, Balestrin combate a desorganização e a imaturidade da gestão hospitalar.


 Ainda estudante de Medicina, o presidente do conselho da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin, trocou a especialização clínica pela administração hospitalar pois, para ele, o grande problema da Saúde brasileira estava nas estruturas. Hoje, à frente do programa de afiliados da associação, cujo objetivo é elevar a qualidade assistencial, ele combate, justamente, esta questão: a desorganização e a imaturidade da gestão hospitalar.

Um dos principais desafios das instituições hospitalares ao implantar um processo de acreditação é o custo que isto acarreta. Talvez por isso apenas 200, dos 6,3 mil hospitais brasileiros, são acreditados.
“As organizações nacionais e a gestão hospitalar ainda são muito incipientes. As instituições são pouco organizadas, com um desperdício muito grande e, muitas vezes, sem foco na qualidade e na assistência” afirma o presidente do conselho da Anahp, Francisco Balestrin,  que para reverter esse cenário trabalha em um novo programa de incentivo à conquista de um selo de qualidade.

Balestrin ataca justamente as estruturas, o que para ele é o grande problema da saúde brasileira. Ainda durante o curso de medicina, o executivo diagnosticou que as dificuldades de atendimento à saúde no País decorriam menos da atenção individual médico-paciente e eram mais estruturais. Assim, percorreu precocemente o caminho administrativo e hoje apresenta propostas para ocupar um espaço estratégico de apoio à sociedade no sentido de encontrar uma saúde melhor.
Bem receptivo, Balestrin recebeu a Revista FH na sede da Anahp, em São Paulo.  Veja os principais trechos da entrevista, a seguir.

Quem

• Médico com residência  em Administração em Saúde no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
• Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP.
• Especialista em Administração Hospitalar pelo PROAHSA, da Escola de Administração de Empresas da FGV.
• Título de especialista em Administração em Saúde pela Associação Médica Brasileira – AMB e membro da Academia Brasileira de Administração Hospitalar – ABAH.
• Possui MBA em Gestão de Planos de Saúde

O que faz

• Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)
• Presidente do Conselho Nacional de Gestão em Saúde da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH)
• Vice-presidente da Rede VITA de Hospitais (Curitiba-PR e Volta Redonda- RJ)

Revista FH: A Anahp está com um novo programa de incentivo às acreditações dos hospitais. Conte um pouco sobre esta iniciativa.
 
Francisco Balestrin: Há alguns anos temos dentro da Anahp um modelo de gestão que é baseado em Governança Corporativa. Como resultado disso, em 2012 fizemos um grande trabalho de planejamento e definimos um conjunto de 15 marcos estratégicos. Conectado a isso, pensamos a abertura de um novo programa, onde a Anahp passa a ter os hospitais membros associados e os hospitais afiliados.

FH: Qual a diferença entre eles?
 
Balestrin: A diferença é que todos os hospitais precisam ter quatro características em comum para serem afiliados: serem privados com ou sem fins lucrativos; estarem inseridos no mercado da saúde suplementar brasileira; não ligados à operadora de saúde direta nem indiretamente; e, por fim, o mais importante e que mais elimina pretendentes, serem acreditados.
 
Só que o número de instituições no Brasil com todas essas características é pequeno, por isso achamos que deveríamos incentivar as instituições a entrarem na Anahp para conseguirem essas qualidades. Os hospitais afiliados agora terão de ter as três primeiras características citadas, mas não precisam ter acreditação. Na medida em que estiverem conosco serão incentivados a fazerem acreditação e a virarem nossos associados, tudo isso num prazo de quatro anos. Durante este período, eles poderão frequentar nossos seminários e grupos de trabalho, além de participar de todos os nossos projetos.

FH: Um dos principais desafios das instituições hospitalares ao implantar um processo de acreditação é o custo que isto acarreta. Como a Anahp ajudará neste aspecto?
Balestrin: Os hospitais brasileiros e a gestão hospitalar ainda são muito incipientes. As instituições 


são pouco organizadas, com um desperdício muito grande e, muitas vezes, sem foco na qualidade e na assistência social.  Elas não têm claramente qual é a missão institucional dos hospitais brasileiros. 
Não estou fazendo crítica, mas sim um diagnóstico. Montamos hospitais públicos ou privados para atender um conjunto de usuários ou muitas vezes para cumprir uma tradição circular. No caso público para atender necessidades hospitalares, ou no caso de instituições filantrópicas de atender uma visão institucional altruística. Assim, se acha que o altruísmo, que está na base de tudo, é o suficiente para se prover assistência de qualidade.  O Brasil tem algo em torno de 6,3 mil hospitais e apenas cerca de 200 deles acreditados. Nos Estados Unidos esse número é praticamente 100%.
 
Então, imagina, quando o hospital sai de uma fase não organizada e vai para uma acreditação ele traz para dentro dele três conteúdos. Um deles é a organização e, cá entre nós, existe muita “droga” no nosso País, como aqueles hospitais onde não há se quer um organograma. As coisas funcionam como se fosse uma feira livre. São instituições que não seguem as mínimas regulamentações existentes para estrutura hospitalar, para trabalho, não conhecem o formato que as instituições têm de ter. São entidades absolutamente focadas mais na entropia, que é exatamente o caminho da desorganização.
 
Os outros conteúdos englobam a abertura de um departamento e o mínimo de visão estratégica, de visão institucional, além de passar a conhecer melhor os seus processos. Elas passam a ter rotinas organizacionais e protocolos. Você sai de uma estrutura parecida com uma feira livre e vai para uma estrutura de hipermercado. Esse percurso é interessante. Você pega uma instituição incipiente e a transforma numa instituição competente. Essa competência lá no final tem que arredondar em três ações: na qualidade assistencial, na segurança do paciente e na sustentabilidade, principalmente na sustentabilidade econômico-financeira. Se ela não conseguir isso, nada vai acontecer.

FH: O que fazer para mudar este cenário?
 
Balestrin: O Brasil deveria estar quebrando facas para que todas as instituições fossem acreditadas. Quem mais precisa de acreditação no País são aqueles que menos vejo trabalhando para isso,  que são os hospitais públicos. Ninguém vê um incentivo do governo federal para melhorar a qualidade dos seus hospitais, ouve-se apenas falar em dinheiro. Mas recurso num ambiente desorganizado não adianta, absolutamente, nada. Você pode até com mais recurso de um lado estar causando mal, se a instituição for negativa do ponto de vista de qualidade você vai causar mais dano às pessoas, porque foram aplicados recursos que não terão retorno. Assim, a sustentabilidade do sistema público de saúde fica comprometida, por mais dinheiro que você aplique não terá resultado.

FH: Hoje o perfil do brasileiro mudou. Estamos diante de doentes crônicos e do aumento de expectativa de vida da população. A atenção hospitalar privada, cada vez mais, investe na alta especialização e em especialidades mais caras como oncologia, neurologia e etc. , mas dessa forma  nem sempre consegue cuidar de forma integral da saúde do paciente. Há um contrassenso?
 
Balestrin: Esse cenário é esperado para países desenvolvidos ligados à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico(OCDE). Hoje como nós, de alguma forma, temos ilhas de desenvolvimento semelhante a países de primeiro mundo, também temos essas mesmas questões. Atualmente temos um conjunto de teses: de um lado as chamadas doenças crônicas e de outro ainda convivemos com as chamadas doenças agudas.
 
Temos acompanhado um desenvolvimento do nosso País naquilo que chamamos de envelhecimento da população, isso faz com que nos dias atuais tenhamos um percentual alto de cidadãos acima de 60 anos. Hoje isso está em torno de 4%, mas daqui a 20 anos isso vai dobrar, lembrando que nossa população é de 200 milhões.
 
Uma parte dessa sobrevida tem a ver com assistência médica, aliás, as principais condicionantes da saúde de um cidadão são a genética, as condições do meio ambiente onde vive e, generalizando, assistência médica hospitalar.  O menos importante é a assistência, mas hoje ela é definitiva, porque à medida que tenho patologia e doenças e consigo ser restabelecido eu vou vivendo mais, por outro lado existe recurso financeiro para sustentar isso. Na medicina suplementar é o nosso dinheiro, o recurso das empresas que está sustentando isso.  Na medicina pública quem tem de sustentar é o governo, mas lembre-se que o governo investe cada vez menos em saúde.
Entre os países da OCDE, o que menos investe em saúde aplica 76% de dinheiro público, 25% é verba privada. No Brasil 60% é privado e 40% é público. Tem cabimento num País de pobreza e diferença socioeconômico como o nosso, o governo aplicar menos dinheiro que o setor privado? Sendo que o privado coloca 60% para cuidar de uma população de 49 milhões de pessoas, enquanto o governo aplica 40% para cuidar de 150 milhões de pessoas. É um escárnio. É por isso que todos querem ter um plano de saúde. Acho que o aspecto das doenças crônicas precisa ser estudado, desenvolvido.

FH: Por um lado altos custos hospitalares, demanda por leitos e novos usuários da Saúde Suplementar. Por outro, hospitais querendo expandir, mas com poucas alternativas de buscar esses recursos devido à lei que proíbe os investimentos estrangeiros em hospitais. A mudança dessa lei transformaria este cenário?  Qual é a sua visão sobre a lei que permite a atuação do capital estrangeiro?
 
Balestrin: Cada vez mais precisamos de unidades de saúde para atender à população e, mais do que isso, de espaços com tecnologia de ponta, e no século 21 não dá para disponibilizar apenas martelinho e estetoscópio. A instalação de um equipamento hospitalar, sua tecnologia e depois a operação são caras. Aliás, a saúde é cara porque além de ter a influência da inflação geral, de novas tecnologias e fármacos, somam à inflação geral do País, a chamada inflação de saúde.
É verdade que existe uma vedação à constituição ao capital estrangeiro na assistência à saúde, mas em 1998 saiu a Lei 9.656, que admite o capital estrangeiro no setor de planos de saúde. É verdade também que falta capital para aquilo que existe de sobra em outros setores, como o de informática, aviação, hoteleiro. Esse é um componente, de fato falta capital estrangeiro, mas isso não é fundamental, porque falta também capital nacional no setor.
Se for pensar, o fundo de pensão de grandes estatais como a Petrobras, investe em shopping centers, em parques temáticos, em prédios, mas não investem em saúde. Em relação ao BNDES, existem um milhão de linhas para financiar a área de Citrosuco e não tem nada para saúde. O dinheiro brasileiro financia coqueteleira para hotel, mas não estetoscópio para um hospital. Não é paradoxal?

FH: Então, qual é a fonte de recurso hoje ?
 
Balestrin: A única fonte de recursos hoje é o empréstimo. E  ele, muitas vezes, não dá o mesmo retorno. Muitas instituições privadas estão em dificuldades financeiras, porque não tiveram estímulos nem recursos de grandes investidores, e muito menos recursos de bancos de fomento. É a história do cachorro correndo atrás do rabo. São entidades que têm problemas e dificuldades para pagar impostos, que ficam com a chamada ficha suja – pois não conseguem mais levantar recurso privado nem público, assim elas definham e acabam. O capital estrangeiro não resolverá esses problemas, pois eles querem empresas sadias e sem isso ele não virá. Mas acho que seria bom que o capital estrangeiro estivesse disponível para a saúde, assim como está para outros setores.

FH: Qual a sua opinião sobre o novo programa da ANS, que testará indicadores de qualidade dentro dos hospitais privados?
 
Balestrin: Esse programa, o Qualiss, tem dois eixos distintos: divulgação e indicadores. A partir do ano que vem, ou quando estiver estabelecido, o cidadão comum vai poder identificar os melhores hospitais. A ideia é apoderar o usuário para que ele faça escolhas melhores para si mesmo.  Com o Qualiss, ao lado do nome das instituições poderá ter até três ícones que serão dicas para as pessoas escolherem melhor – um será de acreditação; outros sobre a participação da instituição no programa Notivisa, da Anvisa, que significa que os hospitais indicam para à agência quaisquer eventos adversos; por último um símbolo representando que a entidade tem nota acima de corte dada pela ANS. Não vai ser só o cidadão que vai perceber isso, mas a operadora de saúde também, pois o usuário passará a exigir o melhor para ele. Isso vai fazer com que as próprias operadoras exijam que os hospitais credenciados tenham uma qualidade melhor.

FH: Tem um lado negativo?
 
Balestrin: São dois problemas. Um deles tem a ver com a validação das informações, porque elas são enviadas pelos hospitais, então para validar a instituição será preciso uma auditoria para não ter fraudes. Outro problema é que o Qualiss não é um selo de qualidade, por isso não pode ser considerado como tal de forma alguma.

FH: Recentemente, a ANS divulgou um acordo que possibilitará novos modelos de remuneração para a saúde suplementar.  No modelo proposto, o peso administrativo é menor, já que os itens frequentes em uma internação passam a ser cobrados de forma agrupada. Em sua opinião, essa resolução colocará um fim ao Fee for Service? Os hospitais estão preparados para atender esse novo modelo?
 
Balestrin: Existe uma tensão no ar sobre a capacidade que a sociedade tem de financiar o sistema de saúde brasileiro. No privado, a tensão se aflora no instante onde as operadoras passam a confrontar os seus custos com os hospitais e dizer: ‘nós não estamos conseguindo pagar o que vocês estão pedindo e, consequentemente, a gente não vai dar reajuste’. Ao mesmo tempo existe um saco de maldade já que as operadoras, às vezes, ao invés de discutirem isso frente a frente passam a produzir glosas, o atraso de pagamento e outras coisas. Do outro lado, os hospitais se sentem comprimidos e também criam seu saco de maldade em cima das operadoras, não tem nenhum bonzinho nessa história. Assim, os hospitais também produzem coisas que não deveriam, como o caso importante das órteses e próteses. É como colocar um nariz de palhaço e sair por aí, porque hoje os hospitais brasileiros, por conta de uma distorção que vem há 30 anos, têm a maior parte dos seus faturamentos – ou dos seus recursos – oriunda da comercialização de materiais e medicamentos, incluindo órteses e próteses. Esse modelo é de conflito, pois exige muita auditoria, muita discussão e, mais do que isso, não é um modelo que beneficia a meritocracia.
 
Com o novo modelo, queremos caminhar para um sistema onde exista menos discussão e mais  ações padronizadas, onde o mérito do atendimento e da atenção é levado em consideração, ou seja, se passa a medir junto os resultados econômicos- financeiros e os assistenciais.
Com isso eu digo: o Fee for service não vai sumir. Na realidade vamos ter uma migração de uma grande parte daquilo que é Fee for Service, que é quase 100%, para um outro tipo de visão.  Mesmo com Fee for Service se vai trabalhar com tabelas mais aprimoradas. Esperamos que esse modelo passe a ser minoria, apenas em casos onde não se tem previsibilidade, como um acidente. Mas para isso, as entidades precisam de sistemas de informatização, saber como funciona seu hospital, dominar seu corpo clínico, ter gestão clínica. E, claro, os hospitais não têm condições hoje de fazer isso, infelizmente.

FH: Quando esse novo modelo deve começar a funcionar?
Balestrin: Em 2014, vamos testar esse modelo num projeto piloto para ver se ele vai funcionar. Vamos fazer pareamentos entre hospitais ligados a prestadores de serviço de saúde e de outras operadoras. E vamos fazer o mesmo tipo de cobrança concomitantemente.
Enquanto isso, esperamos que os hospitais brasileiros prossigam nesse processo de medir o que fazem, de estruturação. Porque, senão, daqui um ano eles terão dificuldades de estar inseridos nesse modelo de remuneração.

FH: O que fez com que você escolhesse trilhar o caminho da administração em saúde?
Balestrin: Foi uma vocação de gestão. Durante meu curso de medicina aprendi e consegui diagnosticar que os grandes problemas do atendimento à saúde em nosso País decorriam menos da atenção individual médico-paciente e eram mais estruturais.
Como eu tinha muitos colegas e percebi que todos iriam fazer uma especialidade médica, pensei: se eu for também um especialista, eu não atuarei onde acho que está o problema, que é a estrutura. Assim, precocemente, decidi por esse tipo de formação. Minha residência médica já foi na área de gestão e também fiz administração depois de formado. Acho que contribuo muito mais para a sociedade como um gestor do que se fosse um especialista cuidando de corpos. Eu cuido de estruturas, de políticas, de instituições para que elas possam refletir no atendimento individual das pessoas.

Por Thaia Duó | Revista FH

quinta-feira, 7 de março de 2013

Salários da área de enfermagem

Catho traz média salarial do Coordenador de Enfermagem ao Estagiário de Enfermagem. Confira! 


Pesquisa da Catho Online, empresa de classificados online de currículos, traz média salarial de profissionais de diversas áreas da saúde. O levantamento é atualizado a cada três meses.




Confira a remuneração da área de Enfermagem:

-Coordenador de Enfermagem     R$ 4.475,27 (média)      R$ 3.461,14 (menor)     R$ 5.244,15 (maior)

-Supervisor de Enfermagem     R$ 3.513,36 (média)      R$ 2.791,11 (menor)      R$ 4.422,00 (maior)

-Enfermeiro     R$ 3.043,44 (média)      R$ 2.100,00 (menor)      R$ 3.666,67  (maior)

-Técnico em Radiologia     R$ 2.276,70 (média)    R$ 1.693,87 (menor)      R$ 2.668,92 (maior)

-Técnico de Enfermagem     R$ 1.305,84 (média)      R$ 1.009,24 (menor)      R$ 1.554,36 (maior)

-Técnico em Gasoterapia     R$ 1.301,78 (média)      R$ 1.092,81 (menor)      R$ 1.463,56 (maior)

-Auxiliar de Enfermagem     R$ 1.225,53 (média)      R$ 961,53 (menor)      R$ 1.457,84 (maior)

-Técnico de imobilização ortopédica     R$ 1.214,85 (média)     R$ 991,53 (menor)      R$ 1.449,37 (maior)

-Estagiário de Enfermagem     R$ 803,68 (média)      R$ 688,31 (menor)      R$ 1.005,23 (maior)

Metodologia

O estudo é atualizado a cada três meses e traz dados de mais de 1.800 cargos, de 218 áreas de atuação profissional e de 48 ramos de atividade econômica, dentro de 21 regiões geográficas do Brasil, além de 7 faixas de faturamento para classificação de porte de empresa.

Por Saúde Web

quarta-feira, 6 de março de 2013

Dúvidas sobre a negativa de cobertura por escrito?

ANS responde dúvidas sobre a nova norma. Confira!


As operadoras de planos de saúde que negarem autorização aos seus beneficiários para a realização de procedimentos médicos deverão fazer a comunicação por escrito, sempre que o beneficiário solicitar. A nova norma reforça ainda que a cobertura não poderá ser negada em casos de urgência e emergência.

 Confira eventuais perguntas e respostas da ANS:


1) Em termos práticos, o que significa para o beneficiário ter esta declaração por escrito?

R:
A negativa de cobertura por escrito é um documento físico que contém o posicionamento oficial da operadora. Com este documento o beneficiário tem maior transparência no relacionamento com a operadora e ampliado o seu direito à informação.

2) Por que a operadora não cede por escrito a declaração sem o beneficiário ter que solicitar?

R:
O direito à informação está previsto tanto na Constituição Federal, quanto no Código de Defesa do Consumidor. No entanto, não está determinada a forma de oferecimento desta informação.

3) Por que a ANS decidiu regular isso agora?

R:
Quando o consumidor entra em contato com a ANS sobre este assunto, ele é informado sobre os seus direitos e sobre as negativas de cobertura legítimas. Nos últimos anos, no entanto, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número de demandas judiciais referentes à cobertura de planos de saúde tem crescido. Nestas demandas observou-se a ausência de prestação de informação aos beneficiários pelas operadoras.

4) Este documento serve como prova para demanda judicial?

R:
Sim. Apesar de não ser o objetivo principal da norma, todo documento oficial pode ser utilizado como meio de prova.

5) O que é linguagem clara e adequada?

R:
Para esta norma, a linguagem clara e adequada é aquela que qualquer cidadão, que não seja profissional de saúde, seja capaz de compreender. As operadoras utilizam argumentos técnicos para a fundamentação do seu parecer, no entanto, nem sempre os beneficiários têm conhecimento do significado destes termos técnicos.

6) Quando a operadora autorizar um material diferente do que foi socilitado pelo médico isso será configurado como negativa de cobertura?

R:
De acordo com orientação do Conselho Federal de Medicina (CFM), o médico solicitante deve indicar três marcas de materiais para utilização no procedimento. A operadora deverá autorizar uma delas. Caso contrário será configurada a negativa de cobertura.

7) Como será feita a fiscalização?

R:
Através reclamações recebidas pelos beneficiários.A ANS irá verificar se houve a negativa de cobertura e de prestação da informação e julgar.

8) Como o beneficiário poderá provar que solicitou a negativa de cobertura por escrito?

R:
No momento em que o beneficiário entrar em contato com a operadora, esta deverá fornecer o número de protocolo gerado por seu serviço de atendimento ao consumidor.

9) Como será o processo se a negativa se der para o hospital e não para o paciente?

R:
Ao ser informado pelo hospital que o seu procedimento foi negado, o beneficiário deverá entrar em contato com a sua operadora, solicitando o motivo da negativa de autorização.

10) E nos casos de negativa de cobertura para urgência e emergência?

R:
É proibido a negativa de cobertura para urgência e emergência, respeitada a legislação em vigor.

11) Qual o prazo máximo para a operadora comunicar a negativa de cobertura?

R:
Respeitados os prazos máximos de atendimento, a operadora deverá fornecer a informação em 48 horas contados da negativa.

Por Saúde Web

HC dá o primeiro passo rumo ao cloud computing

Após enviar todo o serviço de mensagens para a nuvem, a equipe de TI garante que em dois anos não haverá mais dados nos computadores do hospital.

Por força do destino, o engenheiro elétrico Jacson Barros caiu de paraquedas na área de TI em saúde em 1990, após passar pelos setores de construção civil e metalúrgica. O que o fez ficar se resume em uma palavra: gratificante. Ao longo desses mais de 20 anos  no segmento, Barros assume gostar do que faz, principalmente porque as ações tomadas por sua equipe beneficiam pessoas.

Entre tantos projetos elaborados por ele está o da adoção da computação em nuvem no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), onde é diretor coordenador de TI. O plano posto em prática em meados de 2012 visa-a suprir a falta de uma ferramenta capaz de acompanhar a evolução do serviço prestado ao público.

É o caso do sistema de e-mail do complexo hospitalar. Antes  ele era considerado limitado em recursos, com uma caixa de entrada mínima e atraso no recebimento de mensagens, sem contar a falta de disponibilidade necessária para garantir a agilidade na comunicação entre os departamentos a partir dos núcleos administrativo, assistencial, ensino e pesquisas.

Ao assumir a diretoria de TI da instituição – há dois anos – o executivo se deparou com esse sistema de e-mail precário e alto índice de descontentamento pelos usuários. “Embora houvesse um projeto interno para a implantação de um novo sistema de e-mail, questionei a equipe se este realmente era o nosso papel.

Depois de uma avaliação sobre a nossa maturidade em relação à gestão deste tipo de serviço, resolvemos buscar uma solução na nuvem”, diz.

Ainda que a iniciativa tenha sido capitaneada pela TI, Barros explica que foi necessário apresentar ao órgão máximo do HC os benefícios e riscos de uma solução como esta, afinal, tratava-se de uma quebra de paradigma na instituição. “Não foi trivial convencer outras diretorias. No entanto, os argumentos técnicos que nos levaram à decisão foram muito bem esclarecidos”.

Nos últimos anos, o HC/FMUSP investiu muito em sua infraestrutura física da rede computacional, além de ampliar a comunicação entre os diversos serviços de TI. No entanto, segundo Barros, a informatização de sistemas e processos pouco evoluiu. Hoje o hospital ainda conta com uma série de sistemas funcionando em silos dificultando a interoperabilidade.

Para reverter este cenário, o modelo cloud parece ter sido certeiro, uma vez que a mudança para um sistema de e-mail a ser instalado localmente demandaria outros investimentos em infraestrutura de TI, além de entregar um ambiente de administração in house desnecessário. “Isso poderia muito bem ficar por conta do fornecedor do ambiente em nuvem. Além de não oferecer as funcionalidades para mensageria e colaboração que se buscava”, diz.

Ferramenta nova

O engenheiro elétrico, e mestre em Interoperabilidade entre fonte de dados hospitalares pela Universidade de São Paulo, bateu o martelo e convocou a Dedalus para implementar o Google Apps em toda a instituição. Alternativas foram avaliadas, mas as condições comerciais e a maturidade da ferramenta levaram Barros à decisão.

Com aproximadamente 8 mil usuários, a ferramenta é considerada um sucesso tanto pelos recursos disponíveis da plataforma, como pelos casos de sucessos em grande contingente de colaboradores. “Além disso, a melhoria dos processos de colaboração passou a fazer parte do propósito de mudança”, conta Barros.

Com uma área de 352 mil metros quadrados e cerca de 2.200 leitos distribuídos entre seus sete institutos especializados, dois hospitais auxiliares e um hospital associado, o HC garante que a migração de documentos ou outros dados para a nuvem está sendo feita aos poucos.

Segundo o executivo, os usuários já estão se acostumando a utilizar e confiar na nova plataforma. “Acredito que, no prazo de dois anos, não teremos mais dados no computador”, projeta.  Hoje, a instituição conta com uma complexa rede de máquinas, interligando aproximadamente 4.500 equipamentos e dezenas de servidores, através de conexões de fibra ótica de alta velocidade.

Os benefícios da solução cloud

Quanto aos benefícios, não há comparação com as barreiras enfrentadas, segundo Barros. “Não tínhamos um sistema de e-mail confiável. Não era possível manter um SLA aceitável. Só para ter uma ideia passamos de um ambiente de 25 Mb/usuário para 30Gb/usuário. Ainda neste contexto, hoje nosso índice de reclamação com este serviço é zero”.

Juntamente com a implantação do Google Apps, o HC iniciou o projeto do Single Sign-on. O executivo confirma que hoje conta com uma rede complexa de sistemas, apoiado na identificação única do usuário. “Além da satisfação do usuário, tecnicamente este foi uma dois maiores produtos desta implantação”, conclui.

Dados de pacientes na nuvem: a falta de preparo 

Como muitas outras instituições de saúde, a americana Clínica Springfield não está preparada para enviar os dados de seus 2 milhões de pacientes para a nuvem.

Nos Estados Unidos, organizações do setor temem enviar informações pessoais de saúde dos pacientes para a nuvem devido às exigências da Health Insurance Portability and Accountability Act (HIPAA)-  lei americana que entre outras atribuições determina requisitos para garantir a privacidade do paciente. Pois, se as informações forem violadas, além de trair a confiança do paciente, podem sair extremamente caras para o prestador de serviços.
Um incidente com os históricos médicos de 2 milhões de pacientes na nuvem, causaria um ano de proteção de crédito, no valor de US$ 40 por cada um desses cidadãos, que podem ter tido a identidade violada. Sem falar em multas federais e outras penas e custos associados com a solução do problema. Com esses riscos em mente, as unidades preferem ser diligentes com SaaS antes de levar prontuário eletrônico do paciente ou outros sistemas clínicos para a nuvem.

Receio em terras americanas


Organizações de saúde estão, aos poucos, optando pela nuvem para rodar aplicativos. Isto é especialmente verdade entre os pequenos prestadores de serviços, que não possuem equipes de TI ou os recursos necessários para implementar e suportar novos aplicativos locais, além de hardware, redes e outras infraestruturas necessárias de TI.

Todavia, enquanto alguns prestadores de serviços de saúde começam a adotar Software como Serviço (SaaS, da sigla em inglês) para os negócios – e para aplicativos relacionados à administração – eles ainda se recusam a mover softwares clínicos e dados de pacientes.

É o caso de um grupo dos Estados Unidos com diversas especialidades médicas e 280 médicos atendendo milhões de pacientes, em 14 regiões do estado americano de Illinois. Após registrar crescimento significativo no número de médicos por conta de fusões, o grupo começou a explorar serviços de aplicativos de gestão do fornecedor de serviços baseados em nuvem para rodar e suportar os aplicativos de RH, folha de pagamento e financeiro.

A clínica também usa o software baseado em nuvem, FollowMyHealth, como portal de paciente, que permite que eles acessem histórico médico, se comuniquem com médicos de forma segura e agendem consultas. Porém, por conta das graves consequências em caso de fraudes, assume não estar preparada para mandar dados de pacientes para a nuvem.

Por:  Thaia Duó | Revista FH