sábado, 3 de dezembro de 2011

Dúvidas e dilemas sobre a cloud computing na saúde


Último 1.2.1 Network Saúde do ano traz debate sobre vantagens e desvantagens para as entidades implantarem serviço 


Segurança de dados, legislação, investimentos e infraestrutura. Muitas são as dúvidas, dilemas e desafios no setor de saúde  quando se aborda a cloud computing. E, com intuito de trazer esse debate à tona, o último  1.2.1 Network Saúde do ano, reuniu 25 lideranças para discutir o tema “Computação na Nuvem: um novo modelo econômico computacional”, na manhã desta quinta-feira (01), na sede da IT Mídia em São Paulo. 
Ainda incipiente no segmento de saúde, a cloud computing traz uma série de questionamentos para as lideranças de T.I no setor de saúde. As dúvidas são desde modelo adotado à legislação, passando por segurança de dados, a necessidade da infraestrtura e o momento certo para aquela instituição investir.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, Cláudio Giuliano, a cloud computing deve ser vista antes como um modelo de sistema econômico. Por essa razão, o executivo pontuou os elementos de valor que trazem valor para tecnologia: pagamento enquanto a solução está sendo utilizada; pagamento enquanto a empresa está crescendo, sem investimentos do Capex; arquitetura de elementos simples com ambiente de desenvolvimento; elementos estratégicos e foco no core business.
“Pensando como CIO, temos que tirar a complexidade, e focar no core business. O principal negócio é a saúde, por isso se deseja terceirizar a tecnologia”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Claudio Giuliano.
Para caracterizar o serviço como cloud é necessário uma série de elementos como a mensuração, pois e preciso saber o que realmente se está consumindo; a elasticidade,  nas instituições de saúde é fundamental no caso de aquisições de outras entidades; serviço sob demanda, aumentar o serviço caso necessário e a conectividade de alta capacidade.
A nuvem também pode ser classificada em quatro tipos: privado-apenas dentro da instituição; pública – envolve o compartilhamento de recursos, híbrido-um misto das duas modalidades; e comunitária-público específico em determinada comunidade, como por exemplo, uma nuvem compartilhada entre as secretarias municipais de um determinado estado.
Outra questão é o modelo de arquitetura escolhido. São três formatos: a infraestrutura como serviço – nesse caso a empresa utiliza um datacenter de outra empresa para armazenar os dados; software como serviço, oferecido por companhias do mercado para a utilização da nuvem pela entidade; e a plataforma como serviço, nesse caso a empresa já utiliza uma plataformaterceirizada para a nuvem.
Vantagens x desvantagens
De acordo com Giulliano, a redução de custo pode ser vista como vantagem, mas nesse quesito o clichê “cada caso é um caso”, pois é preciso estudar qual será o real impacto da redução de custo para instituição, ainda mais, quando se trata de uma companhia da área de saúde.
-Capacidade de armazenamento
A compra será sob demanda. Não será necessário comprar
mais storage
-Processos automatizados, flexibilidade, mobilidade e foco
no negócio.
Já os riscos pontuados pelo executivo estão: segurança da informação, integridade, disponibilidade e confidencialidade do parceiro envolvido. Além disso, há os aspectos legais como responsabilidade civil e adesão às normas.
Para finalizar, o executivo elaborou um plano de ação para as entidades de saúde que querem adotar a tecnologia:
- Definir modelo (infraestrtura, software, plataforma) e tipo de cloud (privada, híbrida e etc.);
Comparar diferentes provedores;
Negociar e garantir as SLAs  em documentos – esse é um fator chave para a contratação;
- Considerar uma futura migração de dados – quando evoluída para software ou plataforma é muito mais difícil migrar, por exemplo;
- Faça um piloto, teste e conheça as empresas e faça o benchmark.
Debate
Uma das dificuldades expostas pelos participantes do 1.2.1 Saúde foi a questão da infraestrutura, fator fundamental para uma futura implementação de cloud computing. “Estamos criando um alicerce com 170 mil vidas, não temos nem datacenter como é que podemos falar em nuvem”, disse o diretor de T.I do Santa Helena Saúde, Adriano Caros Gliorsi.
O executivo também acrescentou que para se ter cloud é preciso ter um alto  nível de gestão de tecnologia. “Para nuvem ou qualquer outro serviço que se terceirize deve se ter um nível de gestão muito bom, pois se perderá um pouco o domínio”.
Já Heitor Garcia, gerente  de T.I da Associação Congregação Santa Catarina (ACSC) disse que “ainda é necessário amadurecer muito e na linha da disponibilidade, integridade, confiabilidade”.
Walter Paluna, gerente de T.I da Santa Casa da Bahia, colocou um ponto importante para as instituições de saúde: o investimento em t.i x receita do hospital “Sempre tem a questão do custo x benefício, se vale a pena encarar os custos internamente ou terceirizar”.
Gliorsi, do Santa Helena,  ainda ressaltou os diferentes níveis de desenvolvimento das  instituições do mercado. “Quando entrei no Santa Helena, o departamento não tinha budget, em 2012 teremos 13, 5% do orçamento geral e essas conquista foi por conta do que realizamos este ano”.
Na ACSC, o orçamento de T.I em torno de 3, 5% foi necessário a cerca de três anos, quando a T.I na entidade estava muito defasada. Agora, a entidade diminiu esse percentual para cerca de 2, 5 %. “Ainda estamos colhendo os frutos desse período para ver se é necessário mais investimento”, disse Garcia.

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