Os usuários de planos de saúde devem
ficar atentos ao calendário. Os médicos decidiram fazer uma paralisação
de advertência no próximo dia 25 pela implantação da Classificação
Brasileira Hierarquizada de Honorários Médicos (CBHPM). O protesto é
nacional, mas cada estado define a forma de mobilização. Em Pernambuco
serão suspensos os atendimentos eletivos de todas as especialidades
médicas das operadoras que não reajustaram os honorários. Inclui os
consultórios, clínicas médicas, laboratórios, clínicas de imagem e Raio
X. Ficam mantidos os atendimentos nas emergências, os serviços de
quimioterapia, hemodiálise e hemoterapia.
Sr. Mário Fernando Lins.
Presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos
Os médicos reivindicam o pagamento dos
honorários pela CBHPM plena de 2010. Pelo valor da tabela a consulta
médica custa R$ 60 e deverá chegar ao valor de R$ 80 no final do ano.
Segundo Mário Lins, presidente da Comissão Estadual de Honorários
Médicos, a maioria das empresas pratica a tabela própria e paga entre R$
42 e R$ 48 por consulta com a volta de 30 dias. “Faremos uma
paralisação seletiva só com os planos de saúde que não adotarem a
atualização da CBHPM”, pontua. Os médicos serão orientados a remarcar as
consultas do dia 25 de abril.
De acordo com Lins, as empresas de
autogetão (Unidas/Gremes) já pagam a CBHPM aos médicos credenciados. As
operadoras de medicina de grupo e as seguradoras não adotam a tabela
atualizada. Ele acrescenta que até o momento uma empresa de medicina de
grupo (Viva Sáude) encaminhou proposta de implantação da CBHPM com
redutor retroativa a 1º de abril. Os médicos vão analisar a proposta na
assembléia da próxima quinta-feira. Eles vão anunciar também a lista dos
planos de saúde que serão alvo da paralisação.
As empresas de medicina de grupo
concentram 45% do total de 1,6 milhão de usuários cobertos pela saúde
suplementar em Pernambuco. Os demais estão distribuidos entre as
empresas de autogestão, cooperativas médicas e seguradoras. Flávio
Wanderley, presidente regional da Associação Brasileira das Empresas de
Medicina de Grupo (Abramge), argumenta que existem operadoras de grande,
médio e pequeno portes e nem todas podem pagar a CBHPM.
Ele propõe que a discussão sobre
reajuste de honorários dos médicos seja levada para o Fórum Estadual de
Saúde Suplementar, instância que reúne todos os segmentos do setor.
“Estamos abertos para negociar no Fórum, mas não através da imposição à
força de um valor.” Segundo Wanderley, as operadoras de medicina de
grupo não fecharam uma proposta de reajuste para apresentar aos médicos
credenciados.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) informou que, independente da paralisação dos médicos, as
operadoras devem garantir as coberturas aos seus usuários.
Fonte: Pernambuco.com
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