quarta-feira, 25 de julho de 2012

Indústria forma entidade para inovação de tecnologias médicas

Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde tem como premissas: regulação inteligente, certificação de boas práticas, incorporação racional de ferramentas e redução do Custo Brasil.
O Brasil enfrenta atualmente um apagão tecnológico e uma dos fatores responsáveis por isso é a dificuldade de entrada de novos produtos no país. No intuito de tentar resolver esses e outros problemas, a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médicos-Hospitalares (Abimed), a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi) e a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) formaram a ABIIS, Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde.

O presidente da aliança, Carlos Eduardo Gouvêa, explica que essa parceria é uma união de três entidades representativas do segmento de produtos e equipamentos médico-hospitalares e de diagnóstico in vitro. “Cada uma destas entidades possuía um interlocutor diferente com a Anvisa e vimos que o Congresso acabava confundindo produtos para saúde com medicamentos. Nossa meta é frisar a relevância de um setor relevante, mas ainda desconhecido”.

Juntas, as associações somam cerca de 400 empresas atuantes na produção, importação, exportação e distribuição de produtos e equipamentos médicos para diagnóstico, prevenção e tratamento em saúde. E possuem propostas de atuar em quatro áreas de principais:

Regulação inteligente: O executivo conta que atualmente existe um problema que mata muito negócios antes mesmo de começarem: a burocracia. “Nossa estimativa para que um produto seja lançado é de sete anos, pois uma etapa depende da outra. Queremos propor que os procedimentos sanitários sejam trabalhados em paralelos com a licença local da Anvisa. Calculamos que seja possível ganhar um ou dois anos nesta etapa”.

Certificação de boas práticas: Atualmente existem 1600 fábricas esperando inspeção dos 11 técnicos da Anvisa dedicados a essa área. Quando são chamados outros técnicos esse número sobe para 60. No entanto, esses profissionais conseguem fiscalizar apenas 220 fábricas por ano. Gouvêa explica que a entidade está em contato com a Anvisa e o governo para ver como essa situação pode ser resolvida.

“Com essa demora, o Brasil deixa de ser um país atrativo para empresas de fora. Para uma companhia investir aqui, ela precisa conhecer o mercado. Se não conseguir exportar, não vai querer fazer produção”.
Ele completa que é preciso de um sistema que dê segurança para o consumidor, mas que não seja uma barreira para a entrada de novos produtos.

Incorporação racional de tecnologias: Esse item consiste em trazer para o país tecnologias inovadoras dentro de um conceito de custo benefício.

Redução do Custo Brasil: Além disso, a Abiis procura fazer uma redução da questão fiscal, pois a saúde é uma das áreas mais impactadas em termos de tributação.

Resultados
De acordo com estimativas, o Brasil gasta anualmente mais de R$ 270 bilhões em saúde. Deste total, 45% são custeados pelo sistema público.

As entidades e empresas congregadas pela ABIIS, juntas representam 0,6% do PIB brasileiro e possuem um faturamento estimado em R$ 12,2 bilhões. Esse grupo fomenta, indiretamente, mais de 11 mil empresas, as quais, por sua vez, geram mais de 100 mil postos de trabalho com salários acima da média nacional.

Suas exportações representam mais do que 25% de todo o setor médico nacional. E recolhem contribuições superiores a R$ 3 bilhões em impostos e atendem a 60% do mercado de produtos médicos no Brasil.

Em suma, Gouvea espera que a aliança possa contribuir de forma positiva para formar um país melhor e com mais equilíbrio na política de importação. Isso porque segundo ele, o Brasil conquistou uma posição que não pode perder e precisa estar consciente da necessidade de manter os fluxos abertos para assim possuir um diferencial competitivo perante outros países. Por Cinthya Dávila.

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