quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O desafio de incorporar novas tecnologias na saúde pública

Redução do tempo de hospitalização, menores índices de mortalidade, aumento da capacitação profissional e menor absenteísmo são alguns dos parâmetros prioritários no processo de avaliação das novas tecnologias de saúde, diz Abimed.


Ampliar o acesso de pacientes aos tratamentos de ponta oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), administrar recursos e adquirir novas tecnologias para que a defasagem entre os segmentos público e privado seja cada vez menor. Estes são alguns dos desafios enfrentados pelo setor público atualmente..

A adoção de tecnologias pode, não só, trazer uma melhor qualidade assistencial ao serviço público de saúde, mas também equiparar tecnologicamente os setores. Para superar esses desafios, entidades representantes da indústria, governo e outros órgãos movimentam-se para agilizar os processos de aquisição de novas tecnologias pelo SUS, fator crítico no País.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed), Carlos Goulart, os produtos de saúde têm, em média, uma vida útil muito curta. Esses dispositivos evoluem ou ficam ultrapassados a cada dois anos, e para se ter um sistema de saúde eficiente e com equipamentos atualizados é necessário cumprir uma série de etapas no processo de incorporação tecnológica. “Esse processo se inicia envolvendo governo, acadêmicos e a indústria, que é responsável pelo P&D do produto. Esse envolvimento é vital para colher informações sobre os equipamentos de forma rápida e ágil antes da tomada de qualquer decisão.”

Baixo Custo 

Com recursos restritos e realizando, cada vez mais, uma gestão de baixo custo, outro ponto interessante, e que deve ser levado em consideração, é o estudo sobre o desinvestimento, que consiste em avaliar a utilização de terapias e equipamentos ultrapassados junto com as novas aquisições. A consequência disso é um processo redundante e caro para a saúde pública.

Os fatores custo e  prazo são fundamentais para a aquisição de novos dispositivos. A partir da  Lei 2.401, de 2011, e o decreto 7.646, no qual foi criada a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), o período de avaliação de novas tecnologias foi reduzido, de acordo com o grau de complexidade.  O Conitec tem a finalidade de assessorar o Ministério da Saúde na incorporação, alteração ou exclusão pelo SUS de novas tecnologias em saúde, como novos medicamentos, produtos e procedimentos, e na constituição ou na alteração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas.

Para o presidente da Abimed, a redução do tempo de hospitalização, menores índices de mortalidade, aumento da capacitação profissional e menor absenteísmo são alguns dos parâmetros prioritários no processo de avaliação das novas tecnologias de saúde. “Temos um grande desafio pela frente, que é o de aumentar o acesso da população a diagnósticos e tratamentos cada vez mais eficazes. Levantar o diálogo sobre este assunto é importante, pois ajuda todos os envolvidos na cadeia de saúde a tomar conhecimento das inovações e planejar com antecedência as tecnologias que desejam prover aos pacientes no futuro.”

Por Guilherme Batimarchi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é importante.