segunda-feira, 5 de julho de 2010

Procedimento de Cirurgia Plástica de baixo custo pode custar caro

A maioria das pacientes de uma cirurgia plástica se preocupa sempre com preço, às vees com expertise do médico e quase nunca com a anestesia. Se o que determina o sucesso do procedimento do ponto de vista estático é a habilidade do cirurgião, cabe ao anestesista - ou anestesiologista, como eles preferem ser chamados - a tarefa mais importante: faer com que a paciente saia, além de mais bonita, livre de traumas que poderão ser causados no procedimento de clinica anetésica.



"Um minuto sem osigênio pode significar uma lesão cerebral. o anestesiologista precisa ser bom", diz Irimar de paula Posso 67 anos, professor de anestesia da Faculdade de medicina da Universidade de São paulo (USP).



Uma das formas que o mercado usa para enxugar o custo é eliminar etapas importantes da avaliação médica, como a consulta com o anestesista, profissional que o paciente normalmente encontra só na mesa de cirurgia. "Estou cansada de ouvir casos de pacientes que morrem na mesa de operação. Toda cirurgia tem um risco, mas quando o procedimento é muito barato, alguma coisa foi deixada de lado", diz Posso.

Quando não existe uma consulta, as doses dos anestésicos são calculadas de acordo com as características da média da população brasileira. "Mas as pessoas são diferentes. Sabendo meias sobre o paciente, o médico pode fazer combinados personalizados que aumentem o bem-estar e diminuam os efeitos colaterais das drogas", acrescenta.






Outra estratégia para diminuir o preço da cirurgia é acenar com técnicas que parecem ser pouco agressivas. Usar anestesia local para realizar uma lipoaspiração, por exemplo, pode parecer mais simples do que se feita com peridural ou geral. Não é bem assim.



"Quando se fazem procedimentos longos, em áreas extensas do corpo, com anestesia local, podem surgir complicações", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Carlos Eduardo Lopes Nunes. "Se a cirurgia demora, será preciso reaplicar a anestesia e hacerá risco de intoxicação do paciente".


Natale Gontijo, cirurgiã assistente da equipe de ivo Pitanguy, usa a local para cirurgias de pequeno porte, com menos de uma hora de duração. "Mesmo assim, deve ter um anestesista na sala." Procedimentos cirúrgicos, por mais simples que pareçam, não podem ser realizados em consultórios. "Cirurgia plástica deve ser feita em uma clínica com recursos hospitalares", diz o plástico Luis paulo Barbosa.




PERIDURAL PODE CAUSAR DANOS NEUROLÓGICOS




Além de professor de medicina, Irimar de Paula Posso também é advogado, especialista em defender colegas processados por pacientescom sequelas pós-operatórias. "Tenho três casos em que os pacientes ficaram com problemas de locomoção depois da peridural. Uma ficou paralítica, conta. "Um em cada 15 mil pacientes que recebem peridural pode ter algum tipo de sequela neurológica."

Nos Estados Unidos, usa-se a anestesia geral para turbinar as mamas. "Isso porque os processos médicos são frequentes e caros", relata.

Vaidosa, fazendera Graça lemos de lemos passou há 30 dias por uma troca de prótese de mama. Foi operada com anestesia geral. "Tive uma parada cariorrespiratória quando nesceu meu segundo filho", explica. "Foi horrível. Estva conciente, brigava para respirar, até que apaguei. Acordei com o médico em cima de mim, fazendo massagem cardíaca para me ressuscitar. Desde então, só opero com geral."

A segurança da técnica está no fato de o paceinte já estar intubado. "No casode uma parada cariorrespiratória, ele corre menos risco de ficar sem oxigênio e sofrer alguma lesão cerebral por conta disso", diz o anestesiologista Danilo Petrillo. "Você não perde tempo em intubá-lo."

No Brasil, a maioria das clínicas prefere aplicar a peridural em cirurgias de implante de prótese de mama. Vale destacar que ela é, em média, 40% mais barata que a geral. Mas não é só uma questão de preço. Há médicos que preferem a peridural à geral. É o caso de Barbosa, por exemplo. "Numca tive problemas com a peridural. Além disso, é uma técnica com vantagens. Em procedimentos da cintura para cima, causa menor sangramento que a geral."

Materia Públicada no Caderno de Saúde do JC (04/07/2010). Autores: Karina Toledo e Valéria França.

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