Grupo de Trabalho da ANS, composto
por especialistas e representantes de operadoras e hospitais – definiu
novo modelo com duas etapas: aplicação da Conta Aberta Aprimorada e
implantação do Procedimento Gerenciado.
Projeto piloto do novo modelo de pagamento entre hospitais e
operadoras está em campo. Segundo o gerente de Relações com Prestadores
de Serviços da ANS, Carlos Figueiredo, os participantes terão até 480
dias (um ano e meio) para implantar as duas etapas que formam o novo
modelo e monitorar seu funcionamento para verificar se há alguma
necessidade de correção.
O Grupo de Trabalho da ANS, composto por especialistas e
representantes das entidades de classe – operadoras e hospitais – levou
mais de dois anos para definir o novo modelo de pagamento. Segundo
Figueiredo, foi um trabalho “árduo e de difícil consenso porque,
historicamente, o modelo de relacionamento é muito desgastado, até em
função do modelo atual de remuneração, que tem análise de conta com
glosa, com outros problemas comerciais”. O GT conseguiu romper essas
barreiras e desenvolver um projeto em duas etapas:
- Aplicação da Conta Aberta Aprimorada;
- Implantação do Procedimento Gerenciado.
Cada uma das etapas é composta por macroatividades bem semelhantes
nas duas fases. A primeira macroatividade de preparação já começa a
partir do próximo dia 13 de maio. Nela, os hospitais vão desenhar seus
produtos e montar suas tabelas de preços próprias para negociação.
Depois começa a negociação comercial; a capacitação de equipes;
implantação virtual, no qual será feito um monitoramento virtual,
simulando a utilização desse modelo por algum tempo, antes de começar a
aplicar a virada de contas; e depois é feita a implantação efetiva, com o
monitoramento pós-implantação. Cada macroatividade tem prazo
determinado.
A fase de preparação para a Conta Aberta Aprimorada, por exemplo, é
de 90 dias. Nesse período o hospital tem que se estruturar, se
organizar, definir suas tabelas de preços e seus novos produtos. Essa
primeira etapa tem a previsão de durar de 13 de maio de 2013 até 20 de
agosto de 2014. E a etapa do Procedimento Gerenciado se sobrepõe à etapa
anterior, porque as macroatividades podem ser encaixadas. Por isso, ela
começa no dia 12 de agosto de 2013 e vai até 07 de dezembro de 2014.
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Quem fará o teste
O projeto piloto funciona com grupos de relacionamento que são
frequentes no mercado. Por exemplo, um hospital das Misericórdias com
uma Unimed; ou um hospital da Associação Nacional dos Hospitais Privados
(Anahp), com uma operadora da FenaSaúde; um hospital da Federação
Brasileira de Hospitais (FBH), com uma operadora da Abramge; um hospital
que é representado pela Confederação Nacional de Saúde (CNS), com uma
operadora da UNIDAS. Esses são alguns relacionamentos frequentes e
típicos que acontecem no Setor.
O gerente da ANS explicou, ainda, que também foram criados testes no
modelo com relacionamento da operadora que tem hospital próprio. A
Abramge e a Unimed têm muitos hospitais próprios e, por isso, foram
desenhados alguns pilotos para esses casos. Na prática, porém, há mais
testes acontecendo e algumas iniciativas isoladas que o mercado começou a
desenvolver a partir da publicação dos documentos que dão referência ao
novo modelo e que orientam tanto a Conta Aberta Aprimorada, quanto o
Procedimento Gerenciado.
“Estamos caminhando para aplicação de duas variáveis do modelo. Os
modelos continuam sendo fee-for-service, mas a diferença é que não se
tem mais uma conta detalha item a item, mas uma grande compactação no
Conta Aberta Aprimorada, com diárias que incluem tudo. Já no
Procedimento Gerenciado, fomos para um modelo de produto fechado. Daí o
hospital não vai mais cobrar cada item que foi utilizado na conta, mas
vai cobrar como se fosse o antigo pacote, mas com a diferença que ele
não parte só da média de preços que se usava antigamente, mas que partem
do conhecimento médico, para depois desenhar o preço”, disse Carlos
Figueiredo.
Ele explicou que, por exemplo, em uma cirurgia de apêndice, antes,
analisava-se a média de quanto custavam as contas das cirurgias de
apêndice por um período, faziam a média de preço e com base nisso,
definiam o valor do pacote. Agora, com o Procedimento Gerenciado o
hospital decide que irá se especializar nessa determinada cirurgia, se
tem a competência, boa equipe e bom conhecimento médico para fazer este
serviço.
“Então ele desenha o produto dentro do hospital, fundamenta em
diretrizes e evidências, e, então, monta o protocolo do hospital, junto à
sua equipe técnica. E com base nisso é que ele vai definir os custos do
produto e precificá-lo. É uma lógica diferente, porque não parte da
média dos preços, que vem carregado e, muitas vezes, não está
fundamentado na melhor evidência médica. Vai, na verdade, desenhar agora
como produto, como uma nova técnica de gestão”.
Fonte : Política & Poder Saúde Suplementar
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