Para Ricardo Menezes, da Dell, as
fusões e aquisições do setor estão impulsionando um maior nível de
profissionalização das empresas.
Em 2009, a fabricante Dell colocou em prática o plano de atuar mais
fortemente nos mercados de saúde e educação no Brasil. A exemplo do
trabalho que já fazia ao redor do mundo, a companhia aproveitou a deixa
da aquisição da provedora de serviços de Perot Systems para encampar o
desafio de fornecer serviços e infraestrutura para empresas nestas
verticais.
A importância desta nova visão de negócios é que ao invés de se
aproximar do cliente na intenção de vender um novo servidor, a empresa
passou a olhar como ela poderia melhorar a farmácia daquele hospital.
Indicada pela segunda vez consecutiva para o Top Hospitalar,
juntamente com a Teiko e IBM, a Dell olhou para a possibilidade de
preencher uma lacuna no atendimento do mercado de saúde. A entrada neste
setor da empresa, que este ano levou o prêmio da categoria Indústria de
TI/serviços, coincide com a guinada das empresas em direção a uma maior
profissionalização.
“É um passo necessário, obrigatório e impossível de não ser dado”,
afirma Ricardo Menezes, diretor de Vendas para Saúde da companhia.
“Ninguém imagina hoje, no Brasil, que está à frente de alguns países de
primeiro mundo, o mercado financeiro sem a sofisticação que para nós é
lugar comum. Então este histórico do mercado financeiro vai acontecer no
segmento de saúde, mas vai levar 5 anos, ao invés de demorar os 40 anos
que levou o mercado financeiro, porque obviamente a dinâmica de hoje é
muito diferente da década de 1960 e 1970.”
O fato é que as fusões e aquisições do setor estão impulsionando um
maior nível de profissionalização das empresas. O que não aconteceria se
os grupos continuassem sendo grupos familiares.
Menezes chama de lenda a ideia da escassez de profissionais no
mercado. O executivo afirma que em relação a tecnologia e consultoria
para saúde, o Brasil já tem boas amostragens de profissionais de alto
nível. “Por exemplo, nós contratamos recentemente pessoas que tinham 10
anos no assunto”, afirma o executivo.
Se para a Dell o Brasil representa um grande mercado potencial, para a
concorrente IBM, não é menos. A empresa divulgou no último balanço que o
crescimento obtido nos países dos Brics foi maior do que nas demais
regiões em crescimento, onde anualmente registrou-se avanço de 7%,
contra 10% na região formada por Brasil, Rússia, Índia e China.
Adicionalmente, a companhia norteamericana registrou globalmente uma
receita de US$ 10,5 bilhões apenas com a área de serviços de tecnologia.
A outra indicada, a Teiko, provedora de soluções em TI, destacou no
ano passado com a modernização do ambiente de TI do Hospital Santa
Catarina, com o projeto “Alta Disponibilidade II”, cujo resultado
apresentou ganho de 50% a 90% em tempo de execução das operações.
A visão do executivo da Dell a respeito da necessidade de
investimentos que este mercado demanda aponta para outro fator crítico: a
maior exigência do cliente dos hospitais. “O cliente final não aceita
ser tratado de uma forma pouco sofisticada”, completa Menezes.
Por Danilo Sanches.
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