Modelo ainda enfrenta certa
“resistência”, que vai desde o próprio esclarecimento do papel do ente
público e do privado por parte da sociedade até a falta de definição e
controles, e gestão.
Quando se trata de Parcerias Público Privadas ainda há muitas
dúvidas e desafios para explicar o modelo. Entre os percalços para o
modelo engrenar estão a confusão entre os conceitos do que é a público
e privado, visão política da sociedade e até a falta de instrumentos de
ficalização e transparência. Essa foi uma das constatações da mesa que
debateu o assunto nesta terça-feira (22), no Congresso ADH realizado
durante a Feira Hospitalar, que ocorre de 22 a 25 de maio em São Paulo.
A única PPP de saúde no Brasil literalmente “em pé” é a do Hospital
do Subúrbio, em Salvador (BA). Há ainda uma em andamento, recentemente
aprovada, para o término da construção do Hospital Metropolitano de
Barreiro, em Belo Horizonte (MG). Ainda na capital mineira, a
prefeitura tem uma PPP que visa à reforma de 80 dos 147 postos de saúde
da cidade.
No Brasil há um total de 2011 hospitais públicos, sendo 1502
municipais, 53 federais e 456 estaduais. Na área privada são 4616, 1855
filantrópicos e 2761 com fins lucrativos. Considerando 190 milhões de
pessoas onde cerca de 47 milhões têm plano de saúde há uma nítida
discrepância na divisão de atendimentos. “É impossível atender a
população em 2 mil hospitais. Em nosso modelo de atenção, o público
depende da área privada” é o que explica o consultor da
W/Taborda, Wladimir Taborda.
Na capital paulista, há proposta da primeira Parceria Pública
Privada na área da saúde. O projeto engloba 16 unidades de saúde, com a
construção de três novos hospitais, quatro novos centros de diagnóstico
por imagem e mais seis unidades hospitalares que prevê a ampliação e
substituição dos edifícios, além da reforma de três hospitais. De
acordo com o Jornal Folha de S. Paulo, a entrega dos envelopes da
licitação se A entrega dos envelopes da licitação se arrasta desde 25
de julho de 2011 e foi adiada por 14 vezes pela própria prefeitura.
Se a PPP paulistana não foi para frente, a Organização Social de
Saúde em São Paulo já é um modelo consolidado. Atualmente, 55 hospitais
com esse formato têm acreditação ONA plena e 43 possuem excelência. De
acordo com Taborda, o modelo de OSs tem um exemplo recente também em
Pernambuco, onde, em apenas dois anos, foram inauguradas 15 unidades
básicas de saúde e dois hospitais.
Visão Política
As PPPs e mesmo as OSs possuem vários desafios. Os modelos ainda enfrentam certa “resistência”, que vão desde o próprio esclarecimento do papel do ente público e do privado por parte da sociedade até a falta de definição e controles, e gestão. “ Ideologicamente temos dificuldades de entender as diferenças entre privado, público, estatal e particular. Há instituições privadas que são públicas”, disse o Superintende Corporativo do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina. A saúde como negócio e o lucro advindo dele também não são bem visto. “ Achamos que o lucro é indecente. Precisamos discutir o lucro”, completou.
As PPPs e mesmo as OSs possuem vários desafios. Os modelos ainda enfrentam certa “resistência”, que vão desde o próprio esclarecimento do papel do ente público e do privado por parte da sociedade até a falta de definição e controles, e gestão. “ Ideologicamente temos dificuldades de entender as diferenças entre privado, público, estatal e particular. Há instituições privadas que são públicas”, disse o Superintende Corporativo do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina. A saúde como negócio e o lucro advindo dele também não são bem visto. “ Achamos que o lucro é indecente. Precisamos discutir o lucro”, completou.
Por Maria Carolina Buriti.
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