Para Camila Sardenberg, do Hospital Santa Catarina, certificados ainda são encarados como diferencial competitivo
Embora o sistema de saúde brasileiro apresente avanços no que diz
respeito à gestão da qualidade hospitalar, a opção pelas acreditações é
feita de maneira errônea. Em boa parte das vezes o processo é
impositivo, ou seja, médicos, enfermeiros e outros profissionais de
saúde adotam os procedimentos e processos por imposição de alguma
acreditadora “matando todo o ideal de qualidade da assistência.”
A crítica é da diretora de qualidade e segurança do paciente do
Hospital Santa Catarina, Camila Sardenberg, que participou nesta
quarta-feira (17) do Hospital Quality Management 2013, conferência de
gestão e qualidade hospitalar realizada em São Paulo. Para a médica, na
maioria das vezes a acreditação gera mais papel e trabalho do que
consciência a respeito das melhorias necessárias ao processo de gestão.
“Atualmente temos um problema de mentalidade, de visão”, disse. Para
ela, embora ainda haja um longo caminho a percorrer, é responsabilidade
dos gestores e executivos da área da saúde mudar a situação. “Temos que
mostrar para as pessoas o por quê estão fazendo, mas envolvê-las é
complicado, leva tempo. É preciso uma cultura do que a gente espera da
acreditação.”
Para a médica, falta uma aproximação maior dos gestores com os órgãos
acreditadores por meio de fóruns de discussão. Não só questões a
respeito da obtenção das acreditações devem ser discutidas, mas também
sobre os problemas da saúde e sobre como gerar uma visão crítica das
acreditações.
Camila é otimista a respeito da evolução
desta visão crítica, apesar de o movimento de gestão da qualidade ainda
ser muito recente no Brasil. Para ela, metodologias de acreditação mais
estruturais, como a brasileira ONA, são positivas, embora ainda sejam
encaradas “como um diferencial competitivo de mercado, e não como um
processo de melhoria da assistência”.
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