Após pressão do governo, texto sofre mudanças e retorna para aprovação da Câmara
O Senado aprovou na noite desta
terça-feira (2) o projeto de lei que destina os royalties da exploração
do petróleo no Brasil à educação (75%) e à saúde (25%). Alterado pelos
senadores, o PL 323/07 retorna à Câmara, onde havia sido aprovado na
quarta-feira passada (26).
O texto aprovado no Senado foi o substitutivo do senador Eduardo
Braga (PMDB-AM). Pela proposta, serão destinadas exclusivamente à
educação pública, com prioridade à educação básica e à saúde, as
receitas dos órgãos da administração direta da União provenientes dos
royalties e da participação especial, decorrentes de áreas cuja
declaração de comercialidade tenha ocorrido a partir de 3 de dezembro de
2012, relativas a contratos celebrados sob os regimes de concessão,
cessão onerosa e partilha de produção, quando a lavra ocorrer na
plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva.
O texto também inclui as receitas dos estados, Distrito Federal e
municípios provenientes dos royalties e da participação especial, além
de 50% dos rendimentos dos recursos recebidos pelo Fundo Social, criado
pela Lei 12.351/10. As receitas da União serão distribuídas de forma
prioritária aos estados, Distrito Federal e municípios que determinarem a
aplicação dos royalties e de participação especial com a mesma
destinação exclusiva.
As receitas dos estados poderão ser aplicadas no custeio de despesas
com manutenção e desenvolvimento do ensino, especialmente na educação
básica de tempo integral, inclusive as relativas a pagamento de salários
de professores da rede pública, limitado a 60% do total.
A União, estados, Distrito Federal e municípios aplicarão os recursos
oriundos do Fundo Social no montante de 75% em educação e de 25% em
saúde. Dos recursos dos royalties e da participação especial destinados à
União, provenientes de campos do pré-sal, 50% serão destinados à
educação pública, até que sejam cumpridas as metas estabelecidas no
Plano Nacional de Educação (PNE), em discussão no Senado. Os outros 50%
serão destinados ao Fundo Social.
A principal mudança que o Senado fez com o aval do governo, na
avaliação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi a destinação
direta de 50% dos royalties do pré-sal para a educação, e não para o
Fundo Social. Já a metade dos rendimentos do Fundo Social, e não de seu
capital, como estabelecia o texto aprovado na Câmara, será distribuída
na proporção de 75% para educação e 25% para a saúde.
Judicialização
Na avaliação de Eduardo Braga, o texto aprovado na Câmara poderia provocar questionamentos futuros, aprofundando a judicialização do debate sobre os royalties. Segundo ele, o substitutivo aprovado no Senado adequa a redação e coloca o texto em sintonia com a legislação atual. O relator também afirmou que o substitutivo incorporou algumas das 17 emendas apresentadas pelos senadores.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) considerou uma vitória a
destinação integral dos royalties do petróleo para a educação e a saúde,
mas disse que o País não deve “cair na ilusão” de que esse dinheiro vai
salvar o ensino brasileiro. Por sua vez, o senador Randolfe Rodrigues
(Psol-AP) criticou a aprovação do substitutivo, depois de ter
apresentado requerimento, derrubado em Plenário, que solicitava
preferência de votação ao texto aprovado na Câmara.
A proposta na íntegra pode ser lida no sitecamara.gov.br.
Por Agência Câmara.
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